Levantamento do SESI mostra que 43% dos alunos de robótica têm interesse em seguir carreira como engenheiro, seja civil, mecânico, de computação ou elétrico
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Ensino de robótica nas escolas impulsiona jovens para Engenharia / Foto: divulgação |
O levantamento consultou mais de 1,4 mil estudantes, com idades entre 10 e 19 anos, que participam do 7º Festival SESI de Educação, em Brasília.
“O resultado reforça a importância do ensino tecnológico e prático na educação básica para incentivar o interesse pelas áreas STEAM (Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), que são tão necessárias para o avanço da indústria e da economia brasileira”, explica o diretor-geral do SESI, Rafael Lucchesi.
O Brasil enfrenta um desafio particular para formar profissionais em áreas tecnológicas, sobretudo em engenharia. Segundo o Censo de Ensino Superior, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2023, cursos de engenharia, produção e construção tiveram o menor número de matrículas em mais de uma década: 894.414. É o menor volume desde 2011, que registrou 778.172 novos alunos.
Desde 2019, o Brasil experimenta uma trajetória de queda no número de pessoas formadas nesses cursos. Os dados mais recentes mostram 119.290 concluintes, bem distante do pico de formação no país, em 2019, em que 163.311 profissionais chegaram ao mercado.
Fortalecer o ensino de robótica desde a base escolar pode ser um dos caminhos mais eficazes para suprir essa demanda por profissionais em setores estratégicos do país.
“É essencial preparar os jovens desde cedo com habilidades como pensamento crítico, lógica e trabalho em equipe. A indústria demanda profissionais mais qualificados e inovadores, e iniciativas como as do SESI e SENAI são fundamentais para reduzir essa lacuna e formar os talentos que o mercado precisa”, destaca o superintende de Educação do SESI, Wisley Pereira.
Dentre as disciplinas abordadas nas aulas de robótica, os alunos afirmaram que engenharia (29%), programação (20%) e pesquisa (18%) são as que mais gostam e tem facilidade.
Robótica educacional ensina soft skills para o futuro do trabalho
A pesquisa ainda apurou que estudantes de robótica aprimoram outras competências essenciais para carreira profissional, independente da área que desejam seguir. Entre as habilidades mais mencionadas estão:
Trabalho em equipe (1178 assinalações): Essencial para o desenvolvimento de projetos colaborativos e para a atuação em qualquer área profissional.
Criatividade (948 assinalações): Fundamental para a inovação e para a resolução de desafios em diferentes setores.
Planejamento (864 assinalações): Habilidade chave para a organização, gestão de tempo e execução eficiente de projetos.
Autoconfiança (781 assinalações): Importante para a tomada de decisões assertivas e para o crescimento profissional.
Lógica (680 assinalações): Base do pensamento crítico e analítico, essencial para resolver problemas e otimizar processos.
Mercado de trabalho demanda mais de 130 milhões de engenheiros
Para atender a demanda do mercado, o Brasil precisa qualificar 130.366 milhões de profissionais em engenharias de 2025 a 2027, segundo o Mapa do Trabalho Industrial. A pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) leva em conta a necessidade de qualificar pessoas do zero e de requalificar profissionais que já estão no mercado.
O Mapa mostra que há oportunidades para engenheiros civis; engenheiros de produção, qualidade e segurança; engenheiros eletricistas e eletrônicos; engenheiros mecânicos; engenheiros químicos; engenheiros de controle e automação, engenheiros mecatrônicos; engenheiros ambientais; engenheiros de minas; engenheiros metalurgistas e de materiais; engenheiros de alimentos; engenheiros agrimensores e engenheiros cartógrafos.
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