Reconhecimento destaca a Casa de Pedra como símbolo da memória ferroviária local
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Estação Ferroviária de Três Rios–RJ é incluída na Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário / Foto: Leandro D'Ornellas |
Também conhecida como Casa de Pedra, a estação é o único remanescente referencial da antiga malha ferroviária da cidade. Inaugurada em 1901, foi um ponto estratégico na conexão das linhas ferroviárias que ligavam o Rio de Janeiro ao interior do estado e à Zona da Mata mineira. Quem embarcava na estação Barão de Mauá, no Rio de Janeiro, seguia pelo município carioca de Duque de Caxias e subia a serra de Petrópolis até chegar à Casa de Pedra, já próxima à divisa com Minas Gerais. Ali, o trem era dividido: um trecho seguia para a linha de Manhuaçu e outro para a linha de Caratinga.
Durante anos, a Estação Ferroviária de Três Rios foi considerada uma referência de arquitetura ferroviária. Posteriormente, com acordos entre as companhias, Central do Brasil e Leopoldina Railway, os trens de passageiros passaram a partir de outra estação da cidade, e a Casa de Pedra passou a operar com foco em cargas, oficinas de manutenção e conservação de vagões.
Mais do que um marco arquitetônico, a estação representa uma importante memória da cultura ferroviária local. Sua relevância levou ao tombamento municipal e à criação de um centro de atividades educativas, científicas e culturais, fruto de um convênio entre a extinta Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA) e a Prefeitura Municipal de Três Rios.
O reconhecimento do Iphan destaca não apenas o valor individual do edifício, mas também sua inserção na malha ferroviária nacional. Classificada como bem não operacional, a Casa de Pedra integra o esforço de preservação da memória ferroviária brasileira.
Patrimônio Ferroviário
Com a extinção da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), a responsabilidade pela preservação de seu acervo declarado como detentor de valor histórico, artístico e cultural passou ao Iphan, conforme determina a Lei n.º 11.483/2007.
Patrimônio Ferroviário
Com a extinção da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), a responsabilidade pela preservação de seu acervo declarado como detentor de valor histórico, artístico e cultural passou ao Iphan, conforme determina a Lei n.º 11.483/2007.
O espólio da antiga RFFSA reúne mais de 52 mil imóveis e 15 mil bens móveis, entre estações, locomotivas, armazéns, móveis e documentos. Para organizar e proteger esse patrimônio, o Instituto criou a Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário, instituída pela Portaria n.º 407/2010, revogada pela Portaria IPHAN n.º 17/2022, que já conta com 644 bens valorados.
A inclusão na lista passa por avaliação técnica nas superintendências estaduais e é homologada pela Presidência do Iphan. Bens identificados como não operacionais são transferidos à autarquia após os procedimentos de valoração, enquanto os ainda em operação seguem sob a gestão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), em parceria com o Instituto.
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