Professores de Barra Mansa decidem por nova greve após o não cumprimento de acordos com o prefeito / Foto: divulgação |
De acordo com as informações do Sindicado Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), em Barra Mansa foi aprovada uma paralisação dos trabalhos de 48 horas nos próximos dias 10 e 11 de junho (terça e quarta-feira).
A assembleia será realizada na quarta-feira à noite.
📌 AGENDA DE LUTA
▶️ TERÇA-FEIRA (10/06)
🕣 08h30 — Ato na Prefeitura
🕑 14h00 — Ato na Prefeitura (tarde)
▶️ QUARTA-FEIRA (11/06)
🕘 09h00 — Passeata (concentração no Restaurante Popular)
🕑 14h00 — Panfletagem com faixas e cartazes na Praça da Matriz
Em nota, o Sepe destaca que o prefeito não está cumprindo o acordo firmado durante audiência com os representantes dos profissionais na sede da prefeitura, como ele exigiu que fosse representado formalmente em reunião.
Na íntegra
Em 16 de abril o prefeito enviou mensagem a Câmara de Vereadores em urgência especial. No modus operandi da covardia, tanto do chefe do executivo quanto da quase totalidade dos vereadores, aprovaram um pacote de maldades: aumento da Carga Horária de todos os profissionais do magistério (professores, orientadoras pedagógicas e educacionais, outros; “copiaram e colaram” a Lei Complementar 103/2019 — reforma da previdência do então presidente, Jair Bolsonaro).
O teor dessa reforma sofre muitas críticas de especialistas tamanha crueldade com a massa de trabalhadores do país. Praticamente acaba com a aposentadoria, com pensão por morte, cria alíquota extraordinária onde para aqueles que conseguirem aposentar, continuarão a pagar nosso instituto de previdência, a PREVIBAM. A guarda municipal, talvez por interferência do vereador Mamede que é servidor da GM, não foi atingida por esse ato covarde. E neste momento tem uma mensagem agraciando os mesmos com uma aposentadoria especial onde mulheres podem aposentar com 52 e homens com 53 anos. Aos demais servidores fica a inevitável aposentadoria compulsória aos 75 anos.
O SEPE vinha cobrando diálogo para esta e outras pautas e
nunca fomos respondidos.
Lotamos a Câmara na votação e utilizamos a única ferramenta que temos, a
Greve.
Já vínhamos com movimento de meia paralisação incluindo outras pautas como: reajuste salarial (funcionários recebem $ 1.320,00), cumprimento da lei
do piso do magistério, melhores condições de trabalho, convocação dos
concursados.
Fomos atacados via Tiktok e respondemos à altura, nas redes
sociais, na imprensa, nas ruas, praças, na Câmara e na Prefeitura. Depois de 5
(cinco) dias de greve, finalmente o prefeito cedeu ao diálogo. Avaliamos em
assembleia e a maioria decidiu pela suspensão da greve.
Foram várias reuniões com a equipe do prefeito e 03(três) com o mesmo.
Desse vai e vem que durou um pouco mais de 01(um) mês, ficou
definido:
- que a carga horária maior seria opcional a todos os professores, garantindo a
manutenção dos termos conforme nosso PCCs — Plano de Carreira da Educação;
- abertura de tratativas de pontos possíveis de
flexibilização da reforma da previdência.
Na última reunião com o prefeito, dia 30 de MAIO, ficou definido e firmado em
Ata, assinada pelos presentes o texto final que seria encaminhamento para
Câmara de Vereadores.
No dia 02 de junho foi enviada a mensagem a Casa Legislativa.
Na terça-feira, 03 de JUNHO, o prefeito ENVIA OFÍCIO à mesma casa, pedindo a RETIRADA da Mensagem. A partir daí apresenta outra Mensagem em desacordo com a “palavra empenhada”, inclusive em vídeo, com o que foi ACORDADO, FIRMADO e ASSINADO. Em outra mensagem já na câmara para seus vereadores de estimação votarem traiçoeiramente, o prefeito adicionou um “JABUTI” com NOVOS ATAQUES revogando artigos do nosso Plano de Carreira, que não cumprem, mas tem a audácia de desmontar, acabando com o escalonamento visando congelar o salário de todos os servidores da educação.
Na QUINTA, dia 5 de JUNHO, foi convocada uma assembleia
extraordinária onde a categoria decidiu pelo RETORNO a GREVE (paralisação de 48
horas), que ocorrerá a partir de terça-feira, dia 10.
Não aceitaremos a quebra do que foi acordado nessa nova imposição. Não há
coerência em tratar servidores concursados ou de confiança do prefeito de
forma diferente. Reajuste salarial para uns (SAAE), aumento da gratificação
para as direções das escolas, cargos de confiança do prefeito, valor do vale-alimentação dos funcionários das escolas são os menores (só ficam com R$
80,00). Essa prática leva-nos a trazer a imagem de um prefeito que parece
ser um Robin Hood ao contrário, tirando dos menores salários para dar cada vez
mais a outros, inclusive aos com cargo de alto escalão. Enquanto isso,
nossas crianças sem professores, alunos de inclusão sem agentes de apoio, sem
disciplinários e auxiliares de limpeza, falta de estrutura e materiais
pedagógicos e materiais básicos para higiene. Estão levando a educação ao
APAGÃO.
E isso é um projeto que toda a população precisa enfrentar. Vamos juntos em defesa da educação pública!
A educação exige respeito!
SEPE — Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação, núcleo Barra Mansa–RJ
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