Delegado Antonio Furtado destaca que o registro imediato de boletim de ocorrência e a colaboração da família são decisivos para encontrar pessoas desaparecidas
| Estado do Rio de Janeiro registra quase 5 mil desaparecidos por ano / Foto: divulgação |
Segundo o delegado Antonio Furtado, titular da 94ª delegacia de Polícia de Piraí, compreender as circunstâncias do desaparecimento é essencial para orientar a busca. Os casos se dividem em quatro categorias: voluntários, quando a própria pessoa decide sumir; involuntários, motivados por acidentes ou problemas de saúde; forçados, relacionados a crimes como sequestro ou tráfico de pessoas; e enigmáticos, em que não há pistas sobre os motivos.
— Cada situação exige uma abordagem diferente. Por isso, quanto mais cedo a família procura a polícia e fornece informações detalhadas, maiores são as chances de localizar a pessoa desaparecida. Relatar locais frequentados, histórico de saúde, vínculos pessoais e possíveis ameaças auxilia a polícia no trabalho investigativo. A omissão só dificulta a localização — destacou o delegado Antonio Furtado.
É um direito do cidadão registrar imediatamente um boletim de ocorrência, sem necessidade de esperar 24 horas. O procedimento pode ser feito presencialmente em delegacias ou de forma online. Além disso, é fundamental entregar uma foto atualizada da pessoa e relatar qualquer informação, mesmo que pareça constrangedora ou irrelevante.
— Muitas vezes a família perde tempo precioso acreditando que precisa aguardar para registrar o desaparecimento, e isso é um mito perigoso. Cada minuto conta. Quanto antes tivermos acesso às informações, maiores são as chances de localizar a pessoa em segurança. É preciso manter a calma, evitar buscas em áreas de risco por conta própria e nunca divulgar telefones pessoais em redes sociais para não cair em golpes — alertou o delegado Antonio Furtado.
O tema ganhou ainda mais força esta semana com o lançamento do Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas (CNPD), iniciativa do Ministério da Justiça que já reúne dados de 12 estados e permitirá a integração entre as polícias de todo o país.
— O desaparecimento é um drama que abala famílias inteiras e exige uma resposta organizada. A polícia tem trabalhado para dar essa resposta, mas o apoio da sociedade é essencial. Esse banco de dados é um avanço muito importante. Possibilita, por exemplo, que alguém desaparecido no Rio de Janeiro seja encontrado em outro estado, como Rondônia ou Ceará, ampliando as chances de solução — afirmou o Delegado Antonio Furtado.


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