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Deputado, delegado e policiais são presos durante operação no Rio

Deputado, delegado e policiais são presos durante operação no Rio

O PGJ anunciou a instauração de um procedimento investigatório criminal específico para apurar possível vazamento da operação

Deputado, delegado e policiais são presos durante operação no Rio
O procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Antonio José Campos Moreira, concedeu entrevista coletiva para detalhar a denúncia oferecida à Justiça contra quatro investigados, entre eles um deputado estadual, e a operação que cumpriu mandados de prisão e busca apreensão, nesta quarta-feira dia 3 de setembro. Os denunciados responderão por associação a organização criminosa e pelo comércio ilegal de armas de fogo de uso restrito, intermediados pelo parlamentar. A entrevista foi realizada na sede do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).

O PGJ anunciou a instauração de um procedimento investigatório criminal específico para apurar possível vazamento da operação. Os promotores de Justiça identificaram uma tentativa de fuga na noite anterior à deflagração e indícios de destruição de provas. Também foi informado que, além da denúncia já apresentada, foi determinado o prosseguimento das investigações sobre o tráfico de drogas, que envolveria uma negociação de cerca de R$ 5 milhões. Outro ponto em apuração diz respeito à prática de lavagem de dinheiro. O MP investiga a utilização de uma franquia de loja que comercializa produtos de um clube do Rio de Janeiro, localizada no Mato Grosso do Sul (MS). A suspeita é de que o estabelecimento tenha sido usado para ocultação de capitais, já que o faturamento seria incompatível com o serviço prestado. Ainda segundo Antonio José, foram identificados indícios de corrupção, com suposta oferta de propina a policiais por intermédio de um advogado.

De acordo com o PGJ, as investigações que culminaram na denúncia revelaram que o poder econômico adquirido pelas organizações criminosas, a partir do domínio territorial, é utilizado não apenas para corromper agentes públicos e autoridades, mas também para permitir o ingresso de criminosos nos poderes constituídos. “São necessárias ações de prevenção para evitar que pessoas envolvidas com atividades criminosas obtenham o registro de candidatura. Deve haver uma investigação prévia mais efetiva. É fundamental também que os partidos políticos tenham consciência e não registrem em seus quadros pessoas com estes antecedentes. Estamos atuando para que, além de outros objetivos, haja uma verdadeira limpeza dos órgãos públicos quando identificada a presença de pessoas ligadas ao crime”, afirmou Antonio José. 

A investigação foi realizada pela Polícia Federal e pela Polícia Civil, por meio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO-RJ), que reúne diferentes forças policiais no enfrentamento ao crime organizado. O trabalho foi conduzido sob supervisão da Procuradoria-Geral de Justiça, responsável pela ação penal em razão da prerrogativa de foro do deputado estadual. Antonio José informou que o parlamentar será submetido à audiência de custódia, para verificação da legalidade da prisão, e que será feita comunicação formal à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que tem a prerrogativa constitucional de deliberar sobre a manutenção ou o relaxamento da prisão. 

Além do procurador-geral, participaram da coletiva o subprocurador-geral de Justiça de Atribuição Originária, Marcelo Marques; o subprocurador-geral de Justiça de Atuação Especializada, Cláudio Varela; o assessor da Subprocuradoria-Geral de Justiça de Atuação Especializada, Décio Alonso; e o assistente da Assessoria de Atribuição Originária Criminal, Rafael Namorato.

Operação Bandeirantes

De acordo com a denúncia oferecida pelo MPRJ ao Órgão Especial do TJRJ, os acusados atuavam nos Complexos da Maré e do Alemão e na comunidade de Parada de Lucas, intermediando a compra e venda de drogas, armas e equipamentos antidrones, usados para dificultar operações policiais nos territórios ocupados pela facção. Também movimentavam grandes somas em espécie para financiar as atividades do grupo criminoso.

Para o MPRJ, o parlamentar denunciado utilizou o mandato para favorecer a organização, inclusive nomeando comparsas para cargos na Alerj. Ainda segundo a denúncia, ele é acusado de intermediar diretamente a compra e a venda de drogas, armas de fogo e aparelhos antidrones, além de realizar pagamentos a integrantes do Comando Vermelho.

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