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Entre os brasileiros acima de 80 anos, há duas vezes mais mulheres do que homens na relação de beneficiários de plano de saúde

Entre os brasileiros acima de 80 anos, há duas vezes mais mulheres do que homens na relação de beneficiários de plano de saúde

Entre os brasileiros acima de 80 anos, há duas vezes mais mulheres do que homens na relação de beneficiários de plano de saúde
Sudeste tem a maior cobertura. Norte e Nordeste registram índices mais baixos. Crédito: Freepik
As perspectivas para o envelhecimento da população brasileira guardam relação direta com o mercado de planos de saúde do país. Os mais recentes dados sobre esse setor revelam que na faixa etária mais vulnerável, acima dos 80 anos, as mulheres buscam mais proteção do que os homens. Os dados, de setembro de 2025, são da Agência Nacional de Saúde (ANS), consolidados pelo Núcleo de Inteligência e Conteúdo (NIC), do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de São Paulo (SindHosp), e mostram que há quase o dobro de mulheres protegidas pela saúde suplementar nessa faixa etária.

No Brasil, hoje, há 4,6 milhões de pessoas com 80 anos ou mais: 61% de mulheres (2.827,723) e 39% de homens (1.758,741), segundo o IBGE. Nesse universo, cerca de 1,5 milhão de pessoas têm cobertura de saúde suplementar. Na população coberta, há pouco mais de 485 mil homens octogenários com planos de saúde, enquanto as mulheres da mesma faixa etária totalizam 956 mil. Proporcionalmente, 66,3% das mulheres octogenárias têm plano de saúde no Brasil, enquanto entre os homens esse percentual é de cerca de 33,7%.

No universo total de brasileiros que pagam por saúde suplementar, elas somam 28 milhões de beneficiárias — 53% dos 53 milhões de segurados e seguradas.

A predominância feminina na cobertura entre os mais longevos traz implicações para as políticas públicas. É necessário repensar o sistema de saúde e a assistência social para atender a uma população majoritariamente composta por mulheres idosas, muitas vezes com uma rede de apoio limitada.

“O comportamento de saúde mais preventivo, adotado pelas mulheres, é um fator determinante para que elas tenham mais qualidade de vida e longevidade. E isso vem sendo encarado com muita seriedade pela saúde suplementar, com a oferta de programas específicos e acompanhamento”, afirma Francisco Balestrin, presidente do SindHosp.

O envelhecimento populacional é um fenômeno global, mas assume contornos específicos no Brasil, onde o aumento da expectativa de vida convive com desigualdades de gênero, renda e acesso à saúde.

“A análise do perfil de beneficiários idosos estabelece uma base sólida para a reflexão. Evidencia desafios cruciais para a sociedade brasileira. Mais do que nunca, é importante pensarmos sobre o custo e a sustentabilidade do sistema diante da alta demanda de serviços por uma base ampla de idosos”, conclui Balestrin.

Dados por região

Os dados também apontam para uma concentração da cobertura nos estados do Sudeste. Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) registram consistentemente os maiores percentuais de cobertura entre a população local em todas as faixas etárias acima dos 65 anos. No grupo de 80 anos ou mais, o Rio de Janeiro detém 1,4% de cobertura, e São Paulo, 1,2%.

Entre os octogenários, Roraima (RR) e Tocantins (TO) têm a menor cobertura, com 0,1% cada um. Entre as regiões do país, a Norte registrou a pior taxa de cobertura (0,2%), seguida pelo Nordeste (0,3%). 

Dados por faixa etária (setembro de 2025)

+ 80 anos: 956.047 mulheres (66,3%) e 485.570 homens (33,7%).

75 a 79 anos: 667.935 mulheres (61,3%) e 421.886 homens (38,7%).

70 a 74 anos: 880.499 (59,3%) mulheres e 604.773 homens (40,7%).

65 a 69 anos: 1.043.824 mulheres (57,3%) e 778.355 homens (42,7%).

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