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terça-feira, 29 de abril de 2014

Educadores: ditadura desmantelou ensino público

28 de abril de 2014
Perda de qualidade e falta de liberdade são consequências que se refletem até hoje, segundo debatedores
Impactos na administração universitária, exílio de Professores e o desmantelamento do Ensino público foram alguns dos reflexos da ditadura militar na Educação brasileira apontados na audiência pública promovida pela Comissão de Educação na quinta-feira (24).
Para o sociólogo Emir Sader, a ditadura representou a ruptura de um modelo econômico de distribuição de renda e o início de um período de arrocho salarial, que teve efeitos na qualidade da Educação pública. “A classe média, a partir daquele momento, passou a se bandear para Escola particular e deixando a Escola pública como um fenômeno social de pobre.”
O Professor de sociologia da Universidade de Brasília Sadi dal Rosso afirmou que o controle da administração universitária, a substituição de reitores e Professores e a instalação de uma rede de informações dentro da universidade geraram consequências que ainda hoje se observam. “A universidade deixa fora do alcance dela milhares de estudantes. Eles têm que ir para universidades privadas. E como não têm recursos, eles ficam fora.”
O presidente do Instituto Paulo Freire, Moacir Gadotti, acrescentou outros impactos, como a perda de qualidade dos Educadores e a mudança curricular, com a extinção das aulas de filosofia e a criação da disciplina Educação Moral e Cívica.
Para a deputada Fátima Bezerra (PT-RN), que solicitou o debate, a Educação foi um dos setores que mais sofreram com o regime militar. Ela destacou que as universidades tiveram Professores cassados e departamentos inteiros esvaziados. “Bibliotecas foram atingidas pela censura de vários temas e autores, prejudicando a pesquisa acadêmica, o Ensino e a livre circulação de ideias”.
Aumento do Analfabetismo- No final de 2013, o IBGE divulgou que o Analfabetismo aumentou no País pela primeira vez em 15 anos: passou de 8,6% em 2011 para 8,7% em 2012. No mesmo ano, de acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), os estudantes brasileiros tiveram desempenho pior em leitura do que no levantamento anterior, de 2009.
O representante do PCdoB, Volnei Garrafa, afirmou que episódios assim também se devem ao fato de “a ditadura ter castrado em 20 anos uma geração de lideranças”. Para a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), também autora do pedido de debate, passados 30 anos da redemocratização, é lamentável avaliar que os governos Collor e Fernando Henrique Cardoso “trouxeram consigo o gérmen do neoliberalismo e participaram da desconstrução do Estado brasileiro”.
Alice Portugal avaliou que a expansão universitária empreendida nos governos Lula e Dilma serão sentidas em 10, 15 anos, “período em que o Brasil começará a sentir o aumento dos investimentos na Educação por meio do Fundo Social do Pré-Sal, que vai destinar para a as áreas de Educação e saúde R$ 300 bilhões”.

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