Rádio Acesa FM VR: ECONOMIA: Taxa de desemprego ainda deve crescer ou continuar alta nos próximos meses, diz economista

quinta-feira, 2 de março de 2017

ECONOMIA: Taxa de desemprego ainda deve crescer ou continuar alta nos próximos meses, diz economista

O número de brasileiros sem emprego voltou a aumentar e chegou a 12 milhões e 900 mil. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, e se refere ao período de novembro de 2016 a janeiro deste ano.  O número é 7,3 por cento maior do que o registrado no trimestre imediatamente anterior.  Os dados mostram que, em janeiro, o desemprego atingiu a marca de 12,6 por cento, número recorde desde que a série foi iniciada, em 2012.

De acordo com o economista Fernando de Aquino, que é presidente do Conselho Regional de Economia de Pernambuco (Corecon-PE), é bem provável que o número de pessoas desempregadas continue aumentando nos próximos meses. A explicação do economista é que o mercado de trabalho não responde de imediato às reversões das crises econômicas em geral. Ou seja: mesmo que a economia volte a crescer, ainda demorará um tempo para que as empresas voltem a contratar.

Fernando de Aquino, presidente do Conselho Regional de Economia de Pernambuco

“Olhe, ele deve, nos próximos meses, crescer ainda um pouco, ou ficar estagnado no nível alto em que ele está. Porque ele deve responder e deve começar a reduzir quando, realmente, a economia já estiver a algum tempo crescendo. O mercado de trabalho seguro um pouco, como eu falei, para começar a contratar. Para as empresas acreditarem e partirem para contratar.”

De acordo com Fernando de Aquino, a pesquisa divulgada pelo IBGE também trouxe outro dado interessante. O rendimento médio real dos trabalhadores chegou a dois mil e 56 reais, o que mostra que não houve nenhuma alteração significativa em relação aos trimestres anteriores.

Para o economista, essa estabilidade no rendimento acontece, principalmente, porque os salários são ajustados de acordo com a inflação. Acontece que  isso não é saudável  para a economia.

Fernando de Aquino, presidente do Conselho Regional de Economia de Pernambuco

“A indexação em si, o fato de essa coisa de estar sempre reajustando periodicamente com base na inflação anterior, isso é um sinal de que o combate à inflação, aqui no Brasil, é mais difícil. Mas desse ponto de vista de manter o rendimento do trabalhador, com certeza é bom. Agora, em questão de indexação, ela tem o lado bom de preservar o rendimento do trabalhador, daquele que está trabalhando. O lado ruim é que ele mantém a inflação e fica difícil de deixar ela baixa. Então ela fica em um patamar onde há uma dificuldade de baixar. E inflação prejudica a economia e as pessoas em geral”.

Além do aumento do desemprego, a pesquisa do IBGE também apontou o aumento de outra categoria: a de trabalhadores por conta própria. Em relação a agosto, setembro e outubro, o aumento foi de 2,1 por cento. Isso significa que,  daquele trimestre até o seguinte, encerrado em janeiro, mais de 450 mil pessoas no Brasil decidiram trabalhar por conta própria.  
Reportagem, Bruna Goularte

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