Mulheres que tiveram câncer de
mama, muitas vezes, abrem mão de uma possível gravidez. O motivo,
segundo um estudo apresentado pela Sociedade Americana de Oncologia
Clínica, é o medo de que a doença volte por conta da alteração hormonal
que poderia potencializar as células cancerígenas durante a gestação.
Após o estudo com mais de 1.200 mulheres, com menos de 50 anos de idade,
que já tiveram câncer de mama,os médicos e pesquisadores concluiram que
a gravidez após o câncer de mama não deve ser desencorajada. Até mesmo
no caso das mulheres que possuíram o câncer
RE-positivo, no qual os
tumores são alimentados pelo hormônio, o estrogênio. A médica
ginecologista, Mariana Rodrigues, explica que, para conseguir
engravidar, antes de iniciar o tratamento de quimioterapia ou
radioterapia a mulher pode realizar a coleta dos óvulos saudáveis para
uma futura fertilização in vitro após o fim do tratamento.
Mariana Rodrigues, ginecologista
“Esses
tratamentos geralmente diminuem a fertilidade da mulher, altera a taxa
de óvulos. Por quê? Porque esses tratamentos não são totalmente
seletivos, eles matam as células cancerígenas, mas matam também as
células saudáveis. E a mulher com a célula germinativa, que são os
óvulos, não é diferente. Então, sempre que tiver a oportunidade, a gente
sempre orienta a congelar os óvulos pensando em uma futura gestação,
porque muito difícil elas conseguem engravidar espontaneamente”.
O
resultado da pesquisa apontou que 333 mulheres com RE-positivo ficaram
grávidas. O estudo também revela que entre as mulheres com RE-negativo,
as que engravidaram tiveram 42 por cento menos de chance de morrer que
aquelas que não engravidaram. O que pode levar a crer que a gravidez
pode ser protetora contra o reaparecimento do câncer.
Reportagem, Juliana Gonçalves
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