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Policias militares de Angra e Volta Redonda são alvos de operação da PF

Policias militares de Angra e Volta Redonda são alvos de operação da PF

Foto: PF
Policiais militares de dois batalhões localizados na região – Volta Redonda e Angra dos Reis – estão entre os alvos da operação “Smoke Free”, deflagrada nesta quarta-feira (23) pela Polícia Federal e Ministério Público Federal para desmantelar uma organização criminosa armada e transnacional especializada em comércio ilegal de cigarros. Foram expedidos 27 mandados de prisão preventiva, 15 deles contra PMs. Além do 28º BPM (Volta Redonda) e 33º BPM (Angra dos Reis), estão entre os suspeitos agentes lotados no 4º BPM (São Cristóvão), 15º BPM (Duque de Caxias), 24º BPM Queimados e BPVE (Batalhão de Policiamento em Vias Expressas). Não foram informados quantos suspeitos são de cada uma das unidades policiais.

Também entre os alvos está José Eduardo Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral, que, até o momento desta publicação, não havia sido encontrado, estando considerado foragido. De acordo com o jornal O Globo, Cabral – que está preso – passou mal ao tomar conhecimento do caso. Ele foi atendido na prisão.

Até o final da manhã, 12 pessoas tinham sido presas, entre elas um policial federal e ao menos sete policiais militares. Também foram expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro 50 mandados de busca e apreensão. Além dos mandados, ordens de bloqueio, sequestro e apreensão de bens, avaliados em cerca de R$ 300 milhões, foram emitidas. Dentre os bens, estão imóveis, veículos de luxo, criptomoedas, dinheiro em espécie e valores depositados em contas bancárias, entre outros.

Esquema – De acordo com a investigação, iniciada em 2020, em três anos o grupo criminoso, com falsificação ou não emissão de notas fiscais, depositava, transportava e comercializava cigarros oriundos de crime em territórios dominados por outras organizações criminosas, como milícias, através de acerto entre elas e o grupo investigado. Em consequência, efetuava a lavagem dos recursos obtidos ilicitamente e remetia altas cifras ao exterior de forma irregular, entre outros ilícitos cometidos, disse a PF em nota.

Além disso, a organização criminosa contava com uma célula de serviço paralelo de segurança, coordenado por um policial federal e integrado por policiais militares e bombeiros, que também atuavam para atender aos interesses do grupo. A estimativa é de que o grupo deu um prejuízo, no período, de R$ 2 bilhões aos cofres públicos, segundo a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.

As investigações contaram com o apoio da Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI), da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, que compartilhou informações. Os investigados podem responder pela prática de crimes de sonegação fiscal, duplicata simulada, receptação qualificada, corrupção ativa e passiva, lavagem de capital e evasão de divisas. Se condenados, podem sofrer penas privativas de liberdade que, se somadas, alcançam o patamar de 66 anos de reclusão, sem contar com as causas de aumento de pena.

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