Com uma em cada quatro empresas operando em prejuízo, empresários veem necessidade de conter gastos
![]() |
Situação desafiadora de bares e restaurantes freia contratações temporários durante o Carnaval, segundo Abrasel. Foto: Tomáz Silva/Agência Brasil |
Para Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel, essa cautela reflete um agravamento da situação financeira dos negócios no início deste ano. “Os resultados da nossa pesquisa mostraram que, em janeiro, o número de empresas operando em prejuízo cresceu, assim como a taxa de endividamento. Com isso, é natural que os empresários optem por segurar gastos para evitar riscos e tentar maximizar os lucros durante o Carnaval”, explica.
Após dezembro positivo, situação financeira piora em janeiro
Uma pesquisa realizada pela Abrasel revela que a situação financeira das empresas se agravou no início deste ano. Em dezembro de 2024, 18% dos estabelecimentos operavam com prejuízo, percentual que subiu para 25% em janeiro de 2025. O número de empresas operando com lucro também caiu, indo de 44% para 36%, enquanto aquelas que conseguiram manter o equilíbrio financeiro oscilaram de 37% para 38%.
“O aumento no número de empresas operando no vermelho é um alerta, especialmente com os custos operacionais cada vez mais elevados. Muitos empresários têm enfrentado dificuldades para ajustar suas finanças de maneira eficaz, e o foco no Carnaval será justamente tentar equilibrar esse cenário desafiador”, afirma Solmucci.
Inflação e endividamento refletem contenção de gastos
Além da baixa intenção de contratação temporária para o Carnaval, os empresários também demonstram cautela em relação ao primeiro semestre de 2025. Segundo a pesquisa, 65% pretendem manter o quadro atual de empregados até junho, enquanto apenas 19% preveem aumento na equipe e 16% consideram reduzi-la.
Outro desafio enfrentado pelo setor é o reajuste de preços do cardápio. Com o aumento nos custos operacionais, 32% das empresas relatam que não estão conseguindo repassar os valores ao consumidor. Outros 36% conseguiram reajustar os preços apenas para acompanhar a inflação, enquanto 23% os aumentaram abaixo desse índice.
A pesquisa também apontou que o nível de endividamento segue alto entre os estabelecimentos. Cerca de 40% das empresas têm pagamentos em atraso, sendo os principais débitos relacionados a impostos federais (67%), estaduais (46%) e empréstimos bancários (39%). “Apesar dos desafios, o Carnaval traz a expectativa de um respiro para os negócios. Esperamos que o aumento no movimento ajude os estabelecimentos a equilibrar as contas e iniciar o ano com mais fôlego”, conclui Solmucci.
0 Comentários