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De acordo com a direção do Sindicato Estadual dos Professores de Educação (Sepe), o pedido de diálogo com o prefeito foi solicitado para que uma negociação possa ser definida.
— De nossa parte estamos abertos, como sempre estivemos, para uma reunião com o chefe do executivo na busca do melhor para todos e, principalmente, nossas crianças que, pela situação causada, estão sem aulas, disse Beto.
"Durante o encontro o secretário demonstrou que empenharia para conseguir agenda de audiência com o prefeito."
A busca da categoria é por reajuste de salário, edital de concurso, implementação de plano de cargos e salários já aprovado, entre outras demandas.
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| Profissionais da Educação de Barra Mansa voltam a se manifestar contra a falta de atenção do prefeito / Imagens: divulgação |
O prefeito Furlani publicou em suas redes sociais um vídeo dizendo que não procede às revindicações dos manifestantes. Ele diz que não é verdade que o professor ganha um salário de R$ 1.300,00 entre os pontos explicitados como se pode ver baixo em vídeo:
"Hoje, eu gostaria de me dirigir à população de Barra Mansa, em especial à classe dos professores. Existe um movimento de tentativa de greve, liderado pelo Sepe, o Sindicato dos Professores de Barra Mansa.
Eu gostaria de esclarecer alguns pontos:
Primeiro ponto, na rede municipal de educação, por 20 horas semanais ou meio período do dia, nenhum professor concursado efetivo tem salário menor do que R$ 3.200,00. Nenhum professor contratado de forma temporária tem salário menor do que R$ 2.300,00. Diferente do que é propagado pelo Sepe, onde afirma que o salário é de R$ 1.320,00.
Segundo ponto, o mesmo Sepe está afirmando que vai aumentar a carga horária e reduzir o salário. Gente, nunca que nós faríamos isso. A gente está aumentando a carga horária para aumentar em uma hora por dia o tempo do professor em sala de aula. E esse professor, ele vai receber o acréscimo no seu salário dessas horas trabalhadas. Repito. Hora trabalhada por dia, 5 horas por semana e 20 horas mensais. Essas 20 horas serão remuneradas. E aí, sim, o professor, ao contrário do propagado pelo CEP, não terá redução do salário, e sim aumento do seu salário.
Terceiro ponto, olha a maldade que estão fazendo com você, professor. Propagando que eu vou acabar com a licença-prêmio. Isso não procede em hipótese alguma. A licença-prêmio é um direito constitucional adquirido do servidor. E isso vai continuar. Outra maldade, e agora eu quero falar para o professor, do sexto ao nono ano, no que tange ao horário de trabalho. O horário de trabalho está mantido e não vai ser alterado.
Quarto ponto, nossa previdência, ano passado, nós tivemos um déficit na previdência de 98 milhões de reais. Esse ano, 2025, o déficit previsto é de 120 milhões de reais. Isso significa que todos os meses, o município tem que complementar em 10 milhões de reais o pagamento dos nossos aposentados. Com esse dinheiro, poderíamos fazer 35 novas escolas ou 35 novas creches por ano. Ao invés disso, tiramos dinheiro de investimento na saúde, nas obras estruturantes, como asfaltamento, e principalmente da própria educação.
Por fim, a prefeitura está sempre aberta ao diálogo. Nós estamos aguardando apenas a informação oficial do Sepe de quem serão os representantes a sentar a medo."
Nesta sexta-feira, dia 25, houve manifestação no prédio da prefeitura com uma caminhada pelas principais vias entorno.
A categoria diz que até agora não foi sequer teve diálogo com o prefeito e que segue na esperança de encontrar com o prefeito para debater as questões reivindicadas.
Desabafo
O professo Paulo, que faz parte do grupo que representa os profissionais da categoria, disse em nota as condições da Educação em sala de aula:
O SEPE representa a categoria, são feitas assembleias, são realizadas votações, as decisões são coletivas. A categoria está insatisfeita por vários motivos, dentre eles, por exemplo, trabalho numa escola de mais de 400 alunos, que até antes da Páscoa não tinha nenhum disciplinário, professor não tem quem deixar a turma nem para ir ao banheiro, na sala de aula um calor insuportável, ventiladores com defeito e baixa rotação. Tive que comprar um ventilador de mesa com o meu dinheiro para não passar mal em sala... Às vezes falta papel higiênico, levo da minha casa, descarga do banheiro dos professores com defeito... Nosso Plano de Carreira não é cumprido, nosso adicional de curso universitário, conforme o estatuto do servidor público, não é pago. Não tem Internet para o professor fazer as atividades dos alunos e nem tão pouco computadores disponíveis para todos os professores utilizarem... Não tivemos aumento e para completar foram aprovadas mensagens na câmara a nossa revelia, aumentando a nossa carga horária de trabalho, contrapondo-se ao edital do concurso... As salas de atendimento dos alunos com dificuldade acentuada de aprendizagem ou transtornos de aprendizagem, SAECS foram fechadas! A lei que concedia um valor financeiro adicional para professores com alunos com direito à adaptação curricular foi abolida e eu, que sempre tive aluno com laudo, nuca recebi... Nos desdobramos sem agentes para acompanhar aluno laudado, para colocar em prática a adaptação curricular e oferecer uma educação de qualidade... Muitas das vezes tiramos do bolso para levar copias coloridas e jogos para os alunos... Só quem está no chão da escola, em sala de aula, sabe o que está passando... E não há diálogo com a categoria! Não há AUMENTO de salário, se a carga horária é AUMENTA! Aumento é quando você recebe a mais pela mesma carga horária de trabalho! Sim, o professor não ganha R$ 1.300,00 são os profissionais de apoio, ou seja, menos do que o salário mínimo, está certo isso? Mas professor compra do seu salário lápis e caderno quando têm um aluno que não têm... O professor é o único profissional que tira do seu salário para oferecer um trabalho melhor... É o único que leva trabalho pra casa... É o profissional que antecede a formação de todas as outras profissões... E ainda, nesta cidade e neste país é tão desvalorizado!
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