Entre os perfis apontados pelo banco por “propagar a desordem financeira no País” estão os dos deputados federais Gustavo Gayer e Eduardo Bolsonaro
Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou à Polícia Federal notícia-crime requerendo a instauração de inquérito policial para apurar a divulgação de fake news contra o Sistema Financeiro Nacional. No documento, cita um conjunto de publicações em redes sociais com “potencial de fomentar uma verdadeira corrida bancária para retirada de valores dos bancos” e causar prejuízo à economia do País.A Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), unidade da AGU, atuou a partir de denúncia recebida do Banco do Brasil na sexta-feira (22/8). Em ofício, o banco estatal relata como “fatos de extrema gravidade” a divulgação de informações falsas que incentivam a quebra da normalidade institucional.
“Desde 19 de agosto de 2025, diversos perfis em redes sociais passaram a veicular notícias falsas envolvendo agentes do sistema financeiro nacional, em especial o Banco do Brasil, em reação ao posicionamento institucional sobre as sanções impostas pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos da América, por meio da OFAC (Office of Foreign Assets Control), com base na chamada Lei Magnitsky”, diz a PNDD.
A propagação de mensagens sugerindo a retirada de dinheiro dos correntistas dos bancos, diz a AGU, tem o interesse de pressionar agentes financeiros e gerar caos no Sistema Financeiro Nacional. “Observa-se uma ação articulada de disparo massivo de publicações que buscam aterrorizar a sociedade com a perspectiva iminente de um colapso no sistema”, complementa.
Agentes públicos e privados
O ofício em que o Banco do Brasil informa detalhadamente quais são os perfis envolvidos na ação foi encaminhado à PF como anexo da notícia-crime. Entre os perfis apontados pelo banco por “propagar a desordem financeira no País” estão os dos deputados federais Gustavo Gayer e Eduardo Bolsonaro.
Gayer, aponta o banco, publicou em suas redes sociais o seguinte chamado aos titulares de contas bancárias: “Tirem seu dinheiro dos bancos, Moraes vai quebrar o Brasil”. Eduardo Bolsonaro, relatam os advogados da instituição, afirmou em seu canal no YouTube no dia 20 de agosto que o banco estatal será cortado das relações internacionais, o que o levará à falência.
A denúncia elenca ainda outros perfis, em diferentes plataformas, que replicaram conteúdo com teor similar gravado originalmente para o canal AuriVerde Brasil, no YouTube.
Prejuízo à economia
“Tais condutas têm o potencial de fomentar uma verdadeira corrida bancária para retirada de valores dos bancos, o que pode causar prejuízo à economia do País”, defende a AGU no documento enviado à PF. “Soma-se a isso uma intenção política no sentido de, relacionando tal colapso às atividades dos membros do Supremo Tribunal Federal, colocar a opinião pública contra o órgão judicial e constranger o Poder Judiciário em sua atuação típica.”
Nesse sentido, a PNDD requer a apuração da materialidade e da autoria dos fatos apontados, “os quais, inclusive, podem guardar correlação com investigações penais em curso no âmbito da competência originária da Suprema Corte”.
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