Durante a estreia de Messi e companhia na Copa do Mundo, a rivalidade
entre brasileiros e argentinos deu às arquibancadas do Maracanã um
clima de mata-mata da Libertadores. Mas as provocações entre os
torcedores acabaram passando dos limites e chegaram à 17ª DP (São
Cristóvão): dois argentinos foram acusados por uma família brasileira
que estava no estádio de “fazer sons de macacos e se coçarem como se
fossem primatas” após o gol da Bósnia, no segundo tempo.
No final
do jogo, os brasileiros, indignados com a ofensa, alertaram PMs do
Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe), que conseguiram
identificar e prender dois integrantes do grupo: Cristian Schinocca, 27
anos, e Matias Gramado, de 26.
Na delegacia, os dois prestaram
depoimento e negaram que tivessem feito manifestações racistas. Segundo o
relato dos argentinos, que vieram de Buenos Aires, eles só teriam
“respondido às provocações” dos brasileiros. Segundo o delegado Maurício
Luciano, titular da 17ª DP, que abriu inquérito para investigar o caso,
os “hermanos” foram liberados, mas, ao fim da investigação podem
responder por injúria racial, com pena de até três anos de reclusão.
—
Vou pedir as imagens das câmeras de segurança do estádio e ouvir
testemunhas para tentar identificar outras pessoas que faziam parte do
grupo de argentino que estava imitando macacos — disse.
Argentinos detidos por invasão Foto: Foto enviada pelo WhatsApp As
provocações também acabaram levando brasileiros e argentinos às vias de
fato. Por conta de uma confusão que acabou em pancadaria na saída do
estádio, dois brasileiros e dois argentinos foram detidos pelo Gepe e
levados ao Juizado do Torcedor.
Antes do início do jogo, um grupo
de cerca de 30 argentinos invadiu o estádio pelo setor D. Entretanto,
somente nove foram detidos. Um deles conseguiu pular o muro e só foi
preso no interior do estádio, por conta dos arranhões no braço e marcas
na roupa, identificadas por um segurança. Após o ocorrido, o Comitê
Organizador Local informou que vai aumentar a segurança nos acessos ao
estádio para o próximo jogo, na quarta-feira.
MP denuncia quatro argentinos por invasão
Dos
nove torcedores encaminhados ao Juizado do Torcedor pela invasão do
estádio, três não aceitaram a proposta de transação penal do Ministério
Público e foram denunciados por conduta inconveniente. Outro argentino,
que tentou invadir o gramado para ter contato com os jogadores após o
fim do jogo, também acabou denunciado pelo mesmo crime. Todos terão que
comparecer à Audiência de Instrução e Julgamento no dia 31 de julho
Os
outros seis torcedores, flagrados quando pulavam uma das roletas
instaladas perto da rampa de acesso à arquibancada, aceitaram a proposta
do MP para pagamento de cesta básica.
Ao longo do dia de domingo,
também foram detidos no entorno do Maracanã turistas de quatro
nacionalidades diferentes, acusados de cambismo: um argentino, três
ingleses, um chileno e até um chinês. Todos tentavam vender entradas
para Argentina e Bósnia por, pelo menos, 500 dólares.
Antes do
jogo, diversos casos de roubos e furtos foram registrados nas delegacias
próximas ao estádio. Por volta das 15h30m, um funcionário da rede
britânica BBC, que estava se dirigindo à área de imprensa, foi abordado
por quatro homens que se disseram policiais e investigavam cambismo.
Após “dar voz de prisão” ao homem, retiraram o ingresso da sua mão e
fugiram. O caso foi registrado na 18ª DP (Praça da Bandeira).
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