Ministério Público pode exonerar advogados comissionados
Por falta de cumprimento a determinação, Neto deverá pagar multa diária no valor de R$5 mil
VOLTA REDONDA
A 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva núcleo Volta Redonda
deve decidir nos próximos dias pela exoneração de todos os advogados
comissionados lotados na Procuradoria do Município. Além da extinção dos
cargos, a justiça deve fazer valer a decisão do juiz Cláudio Gonçalves
Alves, da 3ª Vara Cível, de nomear, pelo menos, cinco procuradores
jurídicos aprovados no último concurso público.
O processo pedindo a exoneração dos cargos judiciários comissionados
do governo municipal se arrasta por algum tempo. Na justificativa, o
juiz afirmou que a prefeitura “está burlando mandamento constitucional
ao manter em seu quadro advogados comissionados que realizam funções
privativas do cargo efetivo de procuradores jurídicos”. Além disso, o
magistrado cita o artigo 37, II da Constituição da República, que dispõe
“que a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação
prévia em concurso público, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão, de livre nomeação e exoneração”.
Em fevereiro deste ano, a justiça condenou a prefeitura a nomear
cinco novos procuradores jurídicos, observada à ordem de classificação
do concurso que se encontra com o prazo de validade em vigor. Além
disso, o juiz Cláudio Gonçalves determinou a intimação do prefeito
Antônio Francisco Neto (PMDB) para que comprovasse, no prazo de cinco
dias, as nomeações mencionadas, sob pena de multa diária de R$ 5mil.
Porém, o Chefe do Executivo não cumpriu as determinações judiciais, o
que fez com que o Ministério Público solicitasse, em maio deste ano, a
execução da multa diária fixada na decisão.
Na ocasião, a prefeitura apresentou recurso de apelação contra a
sequencia condenatória, porém, de acordo com o processo, o recurso foi
recebido apenas “no mero efeito devolutivo”, que significa, apenas, que
matéria a foi revista pela justiça.
O A VOZ DA CIDADE entrou em contato com a assessoria de comunicação
da prefeitura, porém, por três vezes o setor informou que ainda não
havia obtido resposta sobre o assunto. Até o fechamento desta edição, o
governo municipal não havia se pronunciado.
Fonte: A Voz da Cidade
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