Rádio Acesa FM VR: A dor do luto por suicídio: relato de uma filha que perdeu a mãe

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

A dor do luto por suicídio: relato de uma filha que perdeu a mãe

Mrs. Elegance Barra Mansa, Elaine Lamblet, fala da importância da força da família e como a depressão precisa ser levada a sério


Lidar com o luto após um suicídio pode ser bastante difícil. Muitas vezes, há diversos sentimentos e questionamentos envolvidos. Quem enfrenta o suicídio de um parente ou amigo vai ‘sobreviver em luto’. É o que conta a Mrs. Elegance Barra Mansa, Elaine Lamblet, que perdeu a sua mãe, Maria José, há dois anos. Lamblet reforça ainda a campanha do Setembro Amarelo, que tem por objetivo principal a prevenção ao suicídio, buscando alertar a população a respeito da realidade da prática no Brasil e no mundo.

A próxima sexta-feira, dia 10, será marcada pelo Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Esta data alerta para a importância de se falar sobre os riscos e cuidados para evitar ações suicidas. De acordo com Elaine, é de suma importância que a família se apoie e dialogue. Ela relata que para conviver com uma pessoa com depressão é preciso ter carinho e compreensão. Antonio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), disse que, em geral, no mundo, o número de mortes por suicídio caiu mas, nas Américas, a taxa subiu 17%. Por isso, campanhas como o Setembro Amarelo são tão importantes. De acordo com a ABP, aproximadamente 98% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.

“Além da depressão, minha mãe tinha esquizofrenia. Muitas vezes ela tinha crise e nem sabia qual era a razão. Para quem não sofre disso, é difícil entender. Mas é necessário carinho e compreensão que esta pessoa não está bem e que não é ‘um drama’”, disse, completando que quem cuida de quem sofre depressão, também precisa de acompanhamento psicológico. “É importante também se cuidar para conseguir cuidar bem do outro”, disse.


Elaine contou que cuidou da mãe por mais 20 anos, logo após ela ser diagnosticada com depressão. “Eu sinto uma saudade que não passa. A minha mãe escolheu não estar mais aqui e essa perda é gigante. O tempo passa, a gente vai se acostumando e vai encontrando meios de estar bem, mas é muito difícil”, disse, afirmando está contando essa sua história no Setembro Amarelo, como um alerta para os outros. “Isso não é besteira, não ignorem, se cuidem e cuidem das pessoas”, finalizou.

Centro de Valorização da Vida

O Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção ao suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sobtotal sigilo por telefone, email e chat 24 horas, todos os dias. Os canais de contato podem ser acessados através do site do CVV (cvv.org.br/) e o número para contato é o 188.

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