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Barra Mansa completa 192 anos

Barra Mansa completa 192 anos

Ato cívico foi promovido pela Guarda Municipal para celebrar o orgulho, a tradição e a história da cidade
Barra Mansa completa 192 anos
Para marcar a comemoração do aniversário de 192 anos de Barra Mansa, a Guarda Municipal realizou na manhã desta quinta-feira, dia 03 de outubro, uma cerimônia de hasteamento das bandeiras municipal, estadual e nacional. O tradicional ato cívico aconteceu na frente do Palácio Barão de Guapy, no Centro.

O subcomandante da Guarda, Sérgio Augusto dos Reis, ressaltou a importância da participação na cerimônia neste dia especial. “Para nós, que somos uma instituição que se pauta no patriotismo, é de suma importância o respeito às datas comemorativas nacionais e municipais, como o aniversário da cidade. Por isso se faz necessário prestar uma singela homenagem durante esta data tão significativa”, afirmou Reis.
 
A cidade
De acordo com o Censo de 2022, realizado pelo IBGE, a cidade tem 169.899 habitantes, com uma área de 547,13 km², apresentando a segunda maior população da mesorregião Sul Fluminense.

A população de Barra Mansa é composta por descendentes de imigrantes europeus (principalmente portugueses, italianos, e espanhóis), mas também de franceses e alemães, além de uma dinâmica colônia sírio-libanesa, assim como também de ameríndios e de descendentes de africanos.
 
O centro judiciário é o bairro Barbará, onde está situado o fórum municipal.

O município está no eixo próximo às duas maiores metrópoles brasileiras: Rio de Janeiro e São Paulo com mais de 528 unidades industriais, tem um grande entroncamento ferroviário, rodoviário e fluvial. Barra Mansa exibe uma renda per capita acima da média nacional, de R$ 13.956,15, e possui um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) considerado elevado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), de 0,806 (ano 2000). É sexta no ranking de melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) entre os municípios fluminenses.

Entre os principais monumentos do município estão: Fazenda da Posse, Prefeitura, Palácio Barão de Guapi, Parque Centenário e Ponte dos Arcos - principal cartão-postal da cidade que ganhou em 2014 destaque no centro, com a reprodução de seu desenho nas calçadas da Avenida Joaquim Leite e arredores.

Os quatro principais rios que cortam Barra Mansa são: Paraíba do Sul, Barra Mansa, Bananal e Bocaina.

História
Por volta do ano de 1700, chegar a São Paulo era uma tarefa quase impossível, por causa da barreira natural criada pela Serra do Mar. Mas, para que a viagem se tornasse mais rápida, o então governador Luís Vaía Monteiro ordenou que fosse aberto um caminho através da serra de Itaguaí.

Depois de concluído o caminho, várias incursões foram feitas até o rio Paraíba do Sul, mas sem o compromisso de se formar povoados ou vilas. Estas incursões eram quase sempre formadas por aventureiros à procura de ouro. O primeiro indício de povoamento se deu em 1764 quando Francisco Gonçalves de Carvalho obteve junto ao vice-rei D. Antônio Álvares da Cunha, uma sesmaria para fundar uma fazenda de gado e mantimentos («Fazenda da Posse» (em inglês). ) entre o rio Paraíba do Sul e o rio Bananal, exatamente no local onde se encontrava um córrego chamado de Barra Seca ou Barra Mansa.

Em 1764, o Vice Rei do Brasil, D. Antônio Álvares da Cunha, concedeu uma sesmaria ao fazendeiro Francisco Gonçalves de Carvalho. Assim nascia nessas terras a primeira edificação da Vila de São Sebastião da Barra Mansa. Construída às margens do Rio Barra Mansa e do Rio Paraíba do Sul, a fazenda da Posse, datada de 1768.

Em 1765, José Alberto Monteiro também obteve do vice-rei uma sesmaria à margem do Rio Paraíba, onde é hoje a cidade de Volta Redonda. Com o passar dos anos, estas sesmarias foram mudando de donos, até que, por volta de 1827, chegaram, por herança, às mãos do Coronel Custódio Ferreira Leite, o Barão de Aiuruoca, fundador do município. A partir daí, o local tornou-se ponto obrigatório de passagem de tropas de viajantes a caminho de portos marítimos. Em 1800, nas terras de Henrique Magalhães, bem próximas à foz do rio Barra Mansa, já existia um engenho e uma capela. Aos poucos, um pequeno núcleo populacional começou a surgir e o início do povoamento animou o Coronel Custódio Ferreira Leite, que mandou construir outra capela, à margem direita do Paraíba, também dedicada a São Sebastião, localizava-se quase em frente à Fazenda Ano Bom, na margem oposta do rio.

O pequeno povoado foi crescendo e, em 3 de outubro de 1832, graças a um ofício dirigido à Assembleia Geral Legislativa do Império, foi criada a Vila de São Sebastião de Barra Mansa, passando a fazer parte da vila terras desmembradas das vizinhas Resende, Valença e São João Marcos. Em 1954, devido a uma manobra política, teve emancipado o até então distrito de Santo Antônio de Volta Redonda e em 1991 os distritos de Quatis, Falcão e Ribeirão de São Joaquim.

Legislativo
O vereador mais votado cumpria o papel de legislador e executivo como as deliberações aprovadas pela Câmara Municipal. Um ano após a criação da vila, tomaram posse, para exercer mandato de 1833 a 1837, sete vereadores: Domiciano de Oliveira Arruda, José de Sousa Breves, Padre José Britualdo de Melo, José Bento Ferreira da Silva Guimarães, Joaquim Gomes de Sousa, Manuel de Sousa Azevedo e João Pereira da Cruz.

Em 1912, os membros da 23ª Câmara Municipal enviaram ofício ao governo do estado e à assembleia legislativa, pedindo a nomeação de um prefeito para o município de Barra Mansa, abrindo mão de sua responsabilidade administrativa, desde que, em troca, o estado fizesse várias obras no município, entre eles a de saneamento, água e esgoto. Atendendo o pedido, o governo do estado, em 14 de abril de 1914 deu posse ao engenheiro João Luís Ferreira.

Executivo

A Prefeitura Municipal no passado localizava-se no Palácio Barão de Guapi, juntamente com a Câmara Municipal, atualmente situa-se no Centro Administrativo Prefeito Luiz Amaral, no bairro Centro.

Prefeitos
O primeiro prefeito de Barra Mansa foi o engenheiro João Luís Ferreira, nomeado pelo governo fluminense em 14 de abril de 1914. Foram seis os prefeitos nomeados até 1920, quando da criação da lei nº 1.670, os prefeitos passaram a ser eleitos para cumprir mandatos de três anos.

O primeiro prefeito eleito foi o coronel Alfredo Dias de Oliveira, que ocupou o cargo de 2 de agosto de 1922 a 23 de agosto de 1923, quando teve seu mandato interrompido em consequência de uma intervenção federal no estado.

Somente no ano de 1947, Barra Mansa elege novamente seus representantes para o Legislativo e o Executivo. Na época, Flávio de Miranda Gonçalves assume o comando do Executivo do município, para cumprir quatro anos de mandato.

Considerada a obra arquitetônica mais famosa do município, a Ponte Ataulfo Pinto dos Reis, conhecida como Ponte dos Arcos simboliza um ciclo de grande progresso econômico durante o século XX. Esta ponte foi inaugurada em 1958 na gestão do Prefeito Leonísio Sócrates Batista e serve de ligação entre os bairros Ano Bom e Centro.

Barra Mansa faz divisa com 8 municípios, sendo um no estado de São Paulo

Valença - Norte
Quatis - Norte e Oeste
Resende - Oeste
Porto Real - Oeste
Bananal, em São Paulo - Sul
Rio Claro - Sul
Volta Redonda - Leste
Barra do Piraí - Leste

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, a população recenseada em 2022 era de 169 899 habitantes .

O município goza de uma posição geográfica muito privilegiada, localiza-se há 120 quilômetros da cidade do Rio de Janeiro, 300 quilômetros de São Paulo, 460 quilômetros de Belo Horizonte, 650 quilômetros de Espírito Santo, 85 quilômetros do porto de Angra dos Reis e 90 quilômetros do porto de Sepetiba, no município de Itaguaí.

Topografia
O relevo do município é constituído por planaltos, com altitude média de 381 metros, porém, está média diminui em direção ao Rio Paraíba do Sul, para formar a planície aluvial que é contornada pelo "mar de morros" com nível topográfico mais elevado. O ponto culminante encontra-se a 1.305,15 metros de altitude, na Serra do Rio Bonito (contrafortes da Serra da Mantiqueira), no Distrito de Nossa Senhora do Amparo.

A Floresta da Cicuta compreende cerca de 800 hectares, sendo que 85% da floresta está em território barra-mansense e o restante no município de Volta Redonda.

Turismo
O Parque Centenário, ou Jardim das Preguiças como é conhecido devido à abundância do bicho-preguiça em suas árvores fica encravado no centro da cidade, é o maior parque urbano do município, recebe vários turistas assim como moradores próximos para descanso.
 
Rodoviária Municipal na década de 1970. Na altura ainda era particular, e conhecida como Rodoviária Comendador Geraldo Osório.

O município é servido por ferrovias e rodovias que permitem a comunicação não só com outros municípios fluminenses, mas também com São Paulo e Minas Gerais. Destacam-se a rodovia Presidente Dutra e a rodovia Lúcio Meira (BR-393), que possibilitam a ligação da região com a BR-040 (Rio-Belo Horizonte). Adicionalmente, a RJ-155, em trecho correspondente à BR-494, acessa Rio Claro e Angra dos Reis, no litoral Sul do Estado.

Trem Mineiro (Barra Mansa-Ribeirão Vermelho)
A Estação Ferroviária de Barra Mansa era atendida pelo Trem Mineiro da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA), um trem de passageiros de longa distância que operava na Linha Tronco da antiga Rede Mineira de Viação no sentido norte, ligando o município fluminense à cidade de Ribeirão Vermelho, no sul de Minas Gerais. O trem costumava operar aos finais de semana, atendendo sempre a uma grande demanda de passageiros, que o procuravam por conta da beleza de seu trajeto, onde cortava grande parte da região da Serra da Mantiqueira. Dentre turistas, também atendia aos moradores das cidades interioranas do Sul de Minas, que dele dependiam para seus deslocamentos aos grandes centros comerciais, além dos próprios moradores de Barra Mansa.

O Trem Mineiro era composto por 7 carros (1 bagageiro, 2 de primeira classe, 3 de segunda classe e 1 restaurante), sendo puxados por uma locomotiva a diesel sob os trilhos da Linha Tronco da RMV, que possui bitola métrica. Apesar de sua simplicidade, o trem proporcionava conforto e segurança aos passageiros, em uma viagem que durava de 3 a 5 horas de percurso. Após a privatização da linha férrea e a concessão desta para o transporte de cargas pela Ferrovia Centro Atlântica, o Trem Mineiro realizou suas últimas viagens no dia 26 de agosto de 1996 e em seguida foi desativado.

Foto: Divulgação

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