Com o avanço do endividamento e da inflação, consumidores buscam alternativas criativas para comemorar sem comprometer o orçamento. O educador financeiro André Charone mostra como é possível equilibrar carinho e consciência financeira.
Com a aproximação do Dia dos Pais, comemorado neste segundo domingo de agosto, é comum que filhos se sintam pressionados a retribuir o carinho paterno com presentes ou almoços especiais. Afinal, datas comemorativas movimentam o comércio, aquecem campanhas publicitárias e, inevitavelmente, provocam apelos emocionais.
Mas nem sempre esses gestos cabem no bolso. Segundo dados da Serasa, o Brasil já ultrapassa os 72 milhões de inadimplentes, número que vem crescendo especialmente em datas como Dia das Mães, Natal e Dia dos Pais, ocasiões marcadas mais pela emoção do que pela razão. Ainda assim, especialistas em finanças defendem que é possível celebrar de forma significativa, sem cair na armadilha do consumismo.
É o que reforça o professor universitário e educador financeiro André Charone, autor do livro A Verdade Sobre o Dinheiro. Para ele, a ideia de que o amor precisa se traduzir em um presente caro é um dos maiores erros incentivados pelo mercado.
“O marketing transforma o sentimento em produto. Mas amor não precisa ser medido pelo valor da etiqueta. Dar algo caro, se for à custa de um orçamento já apertado, não é homenagem, é desequilíbrio financeiro”, afirma Charone.
Ele lembra que o comércio sabe explorar os gatilhos emocionais dessas datas, e o consumidor, muitas vezes, acaba confundindo carinho com obrigação material.
“Há famílias que não estão conseguindo pagar contas básicas, mas se sentem culpadas por não comprar um presente à altura do que a propaganda sugere. A culpa nunca deveria estar associada ao afeto.”
A seguir, listamos algumas orientações práticas para quem deseja celebrar com responsabilidade.
Planejamento antes de tudo
O primeiro passo é definir o quanto se pode gastar, e respeitar esse limite. Segundo Charone, sair às compras sem um teto financeiro estabelecido é a receita certa para o endividamento. A antecipação também ajuda: quem deixa para comprar na véspera acaba caindo em promoções ilusórias ou aceita pagar mais caro por falta de opção.
Presente é o gesto, não o valor
Uma carta escrita à mão, um café da manhã preparado com cuidado, um vídeo com lembranças familiares ou até um dia de convivência ao ar livre podem ser mais marcantes do que qualquer camisa de grife. “Presentes com significado emocionam mais do que presentes genéricos. Um gesto personalizado mostra dedicação e conexão real”, explica Charone.
Almoço em casa pode ser melhor
Os preços de restaurantes disparam em datas comemorativas, e o serviço muitas vezes deixa a desejar devido à alta demanda. Preparar um almoço em casa, com os pratos preferidos do pai, é não só mais econômico, mas também mais intimista. Segundo estimativas da Abras, a economia pode chegar a 70% em relação a um almoço fora para quatro pessoas.
Presente coletivo também é opção
Filhos que desejam dar um presente mais robusto podem se unir e dividir os custos. Isso permite oferecer algo de maior valor, sem sobrecarregar individualmente o orçamento de ninguém. O gesto conjunto pode, inclusive, reforçar laços entre os irmãos.
Evite a armadilha do status
Charone alerta que a pressão social por ostentação em datas como essa pode levar famílias a gastos incompatíveis com sua realidade. “O pai que ama seus filhos não espera um presente caro. Ele vai preferir ver os filhos equilibrados financeiramente do que endividados em nome de uma homenagem.”
O valor das experiências
Por fim, o especialista recomenda que os filhos priorizem a criação de boas memórias. Um passeio no parque, um tempo de conversa, um jogo assistido juntos na televisão ou simplesmente uma visita inesperada podem ser mais significativos do que qualquer objeto.
“No fim das contas, o que fica são as experiências. Objetos se desgastam, mas memórias permanecem.”
O Dia dos Pais pode, sim, ser uma oportunidade de retribuir com amor, sem que isso implique em desequilíbrio financeiro. Com sensibilidade, criatividade e responsabilidade, é possível homenagear quem amamos sem abrir mão da saúde do nosso bolso.
Mas nem sempre esses gestos cabem no bolso. Segundo dados da Serasa, o Brasil já ultrapassa os 72 milhões de inadimplentes, número que vem crescendo especialmente em datas como Dia das Mães, Natal e Dia dos Pais, ocasiões marcadas mais pela emoção do que pela razão. Ainda assim, especialistas em finanças defendem que é possível celebrar de forma significativa, sem cair na armadilha do consumismo.
É o que reforça o professor universitário e educador financeiro André Charone, autor do livro A Verdade Sobre o Dinheiro. Para ele, a ideia de que o amor precisa se traduzir em um presente caro é um dos maiores erros incentivados pelo mercado.
“O marketing transforma o sentimento em produto. Mas amor não precisa ser medido pelo valor da etiqueta. Dar algo caro, se for à custa de um orçamento já apertado, não é homenagem, é desequilíbrio financeiro”, afirma Charone.
Ele lembra que o comércio sabe explorar os gatilhos emocionais dessas datas, e o consumidor, muitas vezes, acaba confundindo carinho com obrigação material.
“Há famílias que não estão conseguindo pagar contas básicas, mas se sentem culpadas por não comprar um presente à altura do que a propaganda sugere. A culpa nunca deveria estar associada ao afeto.”
A seguir, listamos algumas orientações práticas para quem deseja celebrar com responsabilidade.
Planejamento antes de tudo
O primeiro passo é definir o quanto se pode gastar, e respeitar esse limite. Segundo Charone, sair às compras sem um teto financeiro estabelecido é a receita certa para o endividamento. A antecipação também ajuda: quem deixa para comprar na véspera acaba caindo em promoções ilusórias ou aceita pagar mais caro por falta de opção.
Presente é o gesto, não o valor
Uma carta escrita à mão, um café da manhã preparado com cuidado, um vídeo com lembranças familiares ou até um dia de convivência ao ar livre podem ser mais marcantes do que qualquer camisa de grife. “Presentes com significado emocionam mais do que presentes genéricos. Um gesto personalizado mostra dedicação e conexão real”, explica Charone.
Almoço em casa pode ser melhor
Os preços de restaurantes disparam em datas comemorativas, e o serviço muitas vezes deixa a desejar devido à alta demanda. Preparar um almoço em casa, com os pratos preferidos do pai, é não só mais econômico, mas também mais intimista. Segundo estimativas da Abras, a economia pode chegar a 70% em relação a um almoço fora para quatro pessoas.
Presente coletivo também é opção
Filhos que desejam dar um presente mais robusto podem se unir e dividir os custos. Isso permite oferecer algo de maior valor, sem sobrecarregar individualmente o orçamento de ninguém. O gesto conjunto pode, inclusive, reforçar laços entre os irmãos.
Evite a armadilha do status
Charone alerta que a pressão social por ostentação em datas como essa pode levar famílias a gastos incompatíveis com sua realidade. “O pai que ama seus filhos não espera um presente caro. Ele vai preferir ver os filhos equilibrados financeiramente do que endividados em nome de uma homenagem.”
O valor das experiências
Por fim, o especialista recomenda que os filhos priorizem a criação de boas memórias. Um passeio no parque, um tempo de conversa, um jogo assistido juntos na televisão ou simplesmente uma visita inesperada podem ser mais significativos do que qualquer objeto.
“No fim das contas, o que fica são as experiências. Objetos se desgastam, mas memórias permanecem.”
O Dia dos Pais pode, sim, ser uma oportunidade de retribuir com amor, sem que isso implique em desequilíbrio financeiro. Com sensibilidade, criatividade e responsabilidade, é possível homenagear quem amamos sem abrir mão da saúde do nosso bolso.
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