Jackie Fox, de Birmingham, no Alabama, morreu no ano passado, aos 62 anos, depois de usar, entre outros produtos, os talcos para bebês para fazer higiene íntima ao longo de décadas.
Na ação, a família argumentou que a empresa conhecia os riscos do produto, mas não avisou os consumidores. O júri condenou a companhia por responsabilidade por "produto defeituoso, negligência e conspiração", afirmou Jere Beasley, um dos advogados de acusação à BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC.
A J&J foi condenada a pagar US$ 10 milhões por danos pessoais e outros US$ 62 milhões como punição pela morte da paciente.
A empresa, que nega as acusações, está avaliando seu próximo passo legal. Para a companhia, o veredito “vai contra décadas de evidências que provam a segurança do talco como ingrediente cosmético em vários produtos”, afirmou a porta-voz Carol Goodrich em declarações publicadas pela agência de notícias AP.
A representante citou investigações da FDA (órgão americano que regula alimentos e medicamentos) e do Instituto Nacional do Câncer do país, que negam que os riscos tenham sido comprovados.
No processo, os advogados de Fox apresentaram como evidência um memorando interno de 1999, escrito por um consultor médico da empresa, dizendo que “quem negasse” a relação entre talco e câncer nos ovários seria visto publicamente da mesma forma que aqueles que refutaram o vínculo entre o tabaco e o câncer.
Segundo esse consultor, seria “negar o óbvio, mesmo tendo todas as evidências do contrário”.
De acordo com as acusações, a Johnson & Johnson colocou em mercado um produto "perigoso sem alertar os consumidores", afirmou Beasley.
O advogado disse ainda que sua equipe cuida dos casos de outras mulheres que apontam o talco como suposta causa, associada a outros fatores, do câncer do qual padecem.
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