O que é necessário para se tornar o homem mais rico do
mundo? No caso de Bill Gates, por mais que sua família fosse abastada, o
sucesso veio como resultado de sua inteligência para lidar com
computadores e também com os negócios. Esta combinação, somada à
oportunidade crescente na área de informática nos anos 1980, foi o
bastante para gerar a fortuna do fundador da Microsoft, estimada em US$
72,2 bilhões,
segundo ranking da Bloomberg.
William
Henry Gates III desenvolveu logo cedo seu interesse por computação.
Ainda adolescente, ingressou na Lakeside School, uma escola privada
gabaritada de Seattle, e começou a programar já aos 13 anos. Nesta
instituição, conheceu Paul Allen, com quem viria a fundar a Microsoft
alguns anos mais tarde.
Ao fim do curso, chegara a hora de fazer
os SATs, exame semelhante ao ENEM dos Estados Unidos, para entrar em uma
universidade. E Gates conseguiu uma pontuação de 1590 de 1600, o que
lhe garantiria uma vaga na respeitada Universidade de Harvard, onde
conheceria outra figurinha carimbada da Microsoft: Steve Ballmer, hoje
CEO da companhia.
Como tantos outros executivos de sucesso, nunca
precisou terminar seu curso superior para buscar começar a tocar seus
negócios. Conversando com seu antigo companheiro Paul Allen, viu a
oportunidade de deixar os estudos para fundar a Microsoft (ainda chamada
“Micro-Soft” na época) em 1975.
Vida na MicrosoftOs
dois jovens se uniram para desenvolver um sistema para o computador
Altair 8800, criado pela MITS. O acordo com a empresa foi resultado da
sagacidade de Gates, que ligou para a empresa oferecendo a demonstração
de um interpretador BASIC, que, na verdade, não existia, sendo que eles
nem mesmo possuíam um exemplar da máquina para poder desenvolver o
software. Mesmo assim, bolaram o sistema em um emulador do Altair, que
funcionou perfeitamente diante dos executivos da MITS, garantindo o
contrato. A partir daí, a empresa, formada por apenas dois garotos, não
parou mais de crescer.
Desde o início, Bill Gates assumiu a
posição de CEO, gerenciando de perto as operações da companhia. Até
2006, enquanto teve participação ativa na empresa, cuidou diretamente
das estratégias de produtos da companhia.
Ele esteve à frente de
projetos como a parceria com a IBM que deu origem ao MS-DOS, nos anos
1980, e elevou a Microsoft ao patamar de uma das grandes do ramo de
software. Também comandou a empresa durante o lançamento de grandes
sucessos que até hoje a sustentam: o Windows, em 1985, e o Office, em
1989.
Contudo, Bill Gates sempre foi visto como um executivo de
difícil acesso aos funcionários. Suas funções no comando da companhia
foram essencialmente gerenciais a partir do momento em que a Microsoft
passou a decolar. Ele também já foi criticado por práticas monopolistas.
Em
2000, deixou de ser o CEO da empresa, dando lugar ao seu ex-companheiro
de faculdade Steve Ballmer, para assumir o posto de chefia de
arquitetura de software. A partir de 2006, começou a preparar Ray Ozzie
para ser seu substituto neste posto.
Atualmente, Bill Gates tem
pouca participação no cotidiano da empresa, apesar de ainda ser um dos
grandes acionistas e presidente do quadro de diretores. Ele possui 4,8%
da gigante de Redmond, com cerca de 398 milhões de ações. Gates já
vendeu o equivalente a US$ 29 bilhões em papéis da companhia e coletou
US$ 7,5 bilhões em pagamento de dividendos.
Outras atividadesBill
Gates deixou as atividades da Microsoft para se dedicar em tempo
integral à Bill & Melinda Gates Foundation, sua organização
filantrópica cujo comando é dividido com sua esposa. Ambos já doaram US$
28 bilhões à entidade, que repassou US$ 26 bilhões a projetos de
combate à fome, doenças como a malária e à pobreza.
O interesse
por ações beneficentes vêm de berço, já que sua mãe, Mary Maxwell Gates,
foi presidente da United Way, entidade sem fins lucrativos que busca
levantar recursos para ajudar os mais pobres.
Gates também já
assinou o Giving Pledge, em 2010. O projeto prevê que grandes
bilionários doem ao menos metade de suas fortunas para causas
beneficentes.
Contudo, mesmo dedicando maior parte de seu tempo a
projetos filantrópicos, Gates ainda tem seu pé no mundo dos negócios.
Ele é CEO da Cascade Investiment, empresa de investimentos, que
corresponde à maior parte de seus rendimentos estimados em US$ 35
bilhões. A empresa detém participação em companhias nos mais diversos
ramos de atuação, como o Four Seasons Hotel, Coca-Cola FEMSA e até mesmo
a Canadian National Railway, companhia ferroviária do Canadá.