Estudo Bíblico Liberdade Condicional
A liberdade é o anseio dos indivíduos e nações. É a
bandeira de partidos e movimentos sociais. O slogan da Revolução
francesa foi “Liberdade, igualdade, fraternidade”. Até nas famílias,
encontramos a mesma busca. A liberdade é a causa de conflito entre
muitos jovens e seus pais. O filho quer ser livre cada vez mais cedo.
Deseja tomar suas próprias decisões, fazer o que quiser, ir aonde
quiser, chegar à hora que bem entender, se quiser chegar. (Quer pagar as
contas também? Não. Aí já é exagero).
A luta pela libertação é compreensível em muitos casos, mas o fato é que
o ser humano nunca está satisfeito com a liberdade que possui. Quer
sempre mais.
O evangelho também está voltado para este tema. Jesus libertou muitas
pessoas e continua libertando, mas ele liberta de quê? Dos poderes das
trevas, de Satanás, dos demônios, enfim das prisões derivadas do pecado.
Não é sua proposta a libertação política, social e econômica, embora o
cristianismo possa, indiretamente, afetar estas áreas.
Jesus nunca pregou liberdade absoluta. No capítulo 10 do evangelho de
João, ele comparou seus seguidores às ovelhas. O abrigo das ovelhas é o
aprisco, um tipo de curral. Ele possui limites, tem liderança, regras,
ordem e horários. Isso pode ser incômodo para algumas pessoas, mas desde
o princípio, a liberdade proposta por Deus ao homem tinha alguma
restrição. “De toda árvore do jardim podes comer livremente, mas da
árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia
em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn.2.16-17). .
As cercas do aprisco são restrições? Sim, mas também são proteções. O
aprisco pode ser comparado à igreja, onde o cristão encontra
ensinamento, orientação e disciplina. Alguns fugirão de lugares assim,
dizendo: “Estão querendo me controlar”. Certamente, é preciso tomar
cuidado com manipuladores, pessoas mal intencionadas que agem em nome de
Deus, mas, por outro lado, ovelha precisa de pastor.
Alguém pode dizer que o aprisco é uma prisão. Esta é a doutrina do lobo.
Quantos lobos você conhece? Eles vivem incentivando sua “libertação”.
Parecem bons “amigos”.O lobo quer que a ovelha seja “livre”. Até parece
que está defendendo os interesses dela. O lobo deseja que as ovelhas
vivam soltas e isoladas, pois assim fica mais fácil capturá-las. Ovelha
desgarrada cai nas garras do predador. É o caso dos crentes sem igreja,
ovelhas sem rebanho, sem pastor, “avulsas”, independentes. Você encontra
ovelhas andando sozinhas pelas ruas como se fossem cães? Não. A busca
por uma liberdade plena produz pessoas sem compromisso. Muitas delas
desejam relacionamentos sem vínculo, do tipo sexo livre e namoro sem
casamento.
Por incrível que pareça, Satanás oferece liberdade. Para isso, ele usa
pessoas, como os falsos mestres citados por Pedro (2Pd.2.19). Muitos
usam sua liberdade para fumar, embebedar, usar drogas, prostituir,
adulterar. O resultado de tudo isso é, paradoxalmente, algum tipo de
prisão moral e espiritual. Por outro lado, aqueles que estão
comprometidos com Cristo, deixam de fazer muitas coisas simplesmente
para não serem escravizados por elas. A pretensa liberdade de muitos é
um largo caminho que os conduz à destruição.
Lugar de ovelha é no aprisco, mas ela não passa a vida lá dentro. O
aprisco tem muros, mas também tem portas. As ovelhas saem aos campos e
pastos verdejantes (Salmo 23), mas isto só acontece na hora certa. Não
será no meio da noite, na hora das trevas. Existe um tempo apropriado
para todo propósito. Deus tem uma ocasião propícia para atender às
nossas necessidades.
A liberdade que muitos almejam pode ser apenas uma questão de tempo.
Existe um processo de libertação do ser humano: Primeiro o útero, depois
o colo, o berço, andar pela casa, correr na escola e depois nas ruas.
Adiantar etapas é precipitação e loucura.
A ovelha só sai do aprisco em companhia do pastor (João 10.4). Ela só
deve ir aonde o pastor vai. Fora deste parâmetro, a jornada torna-se
muito perigosa. Será que Jesus, o sumo-pastor, entra conosco onde
decidimos entrar?
Todos querem ser livres, mas não existe liberdade absoluta. Ela é sempre
relativa e condicional. Desemprego é liberdade, mas milhões estão
querendo se livrar dele. Solterice é liberdade, mas a maioria dos
solteiros quer se prender aos laços matrimoniais. Estar sem casa, sem
teto e sem terra, é liberdade, mas ninguém deseja viver assim.
Certa vez, Jesus disse: “Tomai sobre vós o meu jugo”. Esta é sua
proposta para nós. Não sejamos independentes dele. Está escrito que
“tendo sido libertos do pecado, tornamo-nos servos da justiça” (Rm.6).