O que pode ser feito para melhorar as baterias dos smartphones?
Smartphones
Um fato: a bateria dos celulares de hoje não acompanha o ritmo dos
usuários e a evolução da indústria. Trata-se do grande gargalo da
tecnologia móvel atualmente e basicamente todas as empresas estudam como
fazer seus aparelhos durarem o dia todo.
Existem muitas barreiras para isso, assim como existem alternativas
que não agradam a todos e por isso ainda não foram adotadas amplamente.
Abaixo estão algumas das ideias para tentar solucionar este problema,
listadas por Rhett Allain, professor de física que também colunista no blog Dot Physics, da Wired.
Baterias maiores
Ok, você precisa de baterias
mais parrudas para aguentar o dia todo. No atual estado da indústria,
isso só acontecerá aumentando o quantidade de “mAh” da bateria (
nós já explicamos aqui o que significa esta unidade de capacidade de armazenamento de energia), o que também vem junto de um aumento do tamanho físico da fonte de energia.
Hoje um iPhone 5s tem 1570 mAh em sua bateria. Não é suficiente para
um uso mais pesado por um dia todo. Se você quiser fazer este número
saltar para 3000 mAh, você precisa, aproximadamente, do dobro de peso e
do dobro de tamanho para a bateria, o que não pode ser ajustado na
carcaça pequena do smartphone da Apple. Daí a necessidade de celulares
maiores, como o iPhone 6 e o iPhone 6 Plus.
Ao fazer um celular maior, a maioria dos componentes não muda de
tamanho, nem seu consumo de energia. A tela, porém, cresce e passa a
exigir mais da bateria, mas o ganho compensa este aumento de demanda.
Basta lembrar dos tablets, cujas baterias conseguem durar dias sem
recarga. O próprio iPad tem essa capacidade, já que estamos citando a
Apple como exemplo.
Maior densidade de energia
Ok, então você quer
um smartphone pequeno que tenha uma grande duração de bateria. A ciência
e a indústria ainda não estão neste ponto, infelizmente. A solução
seria recorrer a outro material além do íon de lítio usado atualmente,
capaz de concentrar mais energia em um espaço menor.
Essa medida se dá em megajoules por litro (MJ/L). A bateria de íon de
lítio varia entre 0,9 e 2,63 MJ/L. Há outros materiais que podem ser
mais eficientes, mas nem todos são práticos. Rhett Allain, com base na
Wikipédia, cita os seguintes:
- Gasolina: 32,4 MJ/L
-
Bateria de chumbo-ácido: 0,34 MJ/L
-
Sanduíche (é, a comida): 10,13 MJ/L
-
Antimatéria: 9,3x10
104 MJ/L (isso é um "9" seguido de um "3" e mais 103 zeros, caso tenha ficado a dúvida)
Um motor a combustão para queima de gasolina não parece muito prático
para um celular. O sanduíche teria 5 vezes mais duração de bateria, mas
também há um pequeno problema: junto com o pequeno sanduíche, também
seria necessário um pequeno estômago para digerir a comida e
possivelmente ter de expelir as impurezas. Isso no seu celular.
A outra opção é a antimatéria, que permitiria que seu celular
funcionasse por mais de 10 mil anos sem recarga. Claro que a aniquilação
da antimatéria em um espaço tão pequeno geraria radiação suficiente
para matar o usuário. Talvez não seja uma boa ideia. Então estamos
presos aos íons de lítio por algum tempo.
Celulares mais eficientes
Bom, esta é uma das
metas para toda a indústria. Se precisamos manter o mesmo tamanho e a
densidade de energia não deve aumentar muito nos próximos anos, o que
resta é tentar reduzir o consumo. As empresas fabricantes de chips
tentam criar processadores que dependam de menor energia, assim como
telas e outros componentes. Talvez algum dia os smartphones cheguem ao
nível dos notebooks, onde houve avanços grandes em relação ao consumo.
Recarga portátil
E se o celular conseguisse se
recarregar conforme você usa? Existem algumas ideias, mas nem todas são
viáveis, ao menos por enquanto.
- Recarga por digitação: já imaginou se cada toque na tela
do aparelho gerasse um pouquinho de energia armazenada na bateria?
Poderia ser uma solução, mas infelizmente não há energia o bastante em
um toque para fazer o método valer a pena.
- Recarga solar: Com um painel solar cobrindo toda a volta
do aparelho, talvez você conseguisse uma recarga completa em quatro
horas, no melhor dos casos, deixando-o diretamente no sol. Usando-o no
dia a dia, provavelmente a duração da bateria seria aumentada apenas um
pouco.
- Recarga por som: se cada onda sonora gera alteração de
pressão no ar, que poderia gerar impacto no celular semelhante à
digitação citada acima, o que pode ser transformado em energia. Pouca
energia. Em tese, no melhor dos casos, seriam necessários 100 dias para
carregar totalmente a bateria com um som ambiente comum, de conversação.
Claro, também existe a possibilidade de carregar seu celular em um show
do Motörhead ou em uma construção, mas talvez você não queira passar
por isso.
- Recarga por energia cinética: Alguns relógios possuem uma
mola interna que permite que a bateria se mantenha carregada só de
usar o aparelho em seu pulso. Talvez o mesmo pudesse ser aplicado a
celulares? Provavelmente não; um imã e uma bobina provavelmente gerariam
energia, mas dificilmente seriam capazes de alimentar a nova onda de
relógios inteligentes, quanto mais os smartphones.
- Recarga sem fio: algumas fabricantes já tentam empurrar o
conceito, que, no entanto, ainda está longe do ideal. Ele ainda requer
que o celular se mantenha sempre perto de uma fonte de energia, o que
não é prático quando se pensa em portabilidade. Não há muita diferença
entre deixar o celular ligado a um cabo no seu computador ou mantê-lo
estático em cima de uma superfície. Quem sabe no futuro não tenhamos
recargas sem fio que funcionem em média ou longa distância? Desta forma,
o celular estaria sempre carregando.
Via Wired