Conheça a história de Augusto Ruschi, patrono da Ecologia do Brasil

Apresentação Carmen Lúcia

Há 29 anos morria Augusto Ruschi, naturalista e patrono da Ecologia no Brasil. Natural de Santa Teresa, no Espírito Santo, Augusto Ruschi desde pequeno demonstrou forte interesse pela natureza. Aos dez anos se mudou para Vitória, capital do Estado, onde na foi incentivado pela professora a seguir a vocação para as ciências naturais.

A orientação deu bons resultados. No ano de 1937, assumiu o cargo de pesquisador do Museu Nacional e depois professor titular de Biologia da Universidade do Rio de Janeiro.

Conhecido como o "cientista dos beija-flores", Ruschi descreveu cinco espécies e 11 subespécies deste pássaro. Entre os seus trabalhos estão os dez volumes da coleção "Aves do Brasil", que reúne as 2.627 espécies e subespécies conhecidas.

Em 1960, foi convidado a divulgar seus trabalhos nos Estados Unidos, sendo recebido pelas instituições científicas mais importantes daquele país.

Sua luta em defesa da natureza lhe trouxe desafetos. Enfrentava políticos e empresários que tentavam aprovar projetos antiecológicos. Era também criticado pelos caçadores de aves, que o responsabilizavam pela aprovação do Código de Caça, que impedia a comercialização de espécies nativas.

Em 1965, durante a ditadura militar, lutou contra a implantação de um plano do governo do Espírito Santo para vender a madeira de matas nativas e reflorestá-las com eucalipto.

Combateu os planos oficiais de ocupação da floresta Amazônica e falou a favor dos povos indígenas. Em 1971, denunciou o desmatamento desenfreado naquela região e o desalojamento de 700 famílias indígenas num projeto de reflorestamento com eucaliptos.

Com a saúde fragilizada por várias malárias, esquistossomose e envenenamento por sapos, em 3 de junho de 1986,  morreu de insuficiência hepática causada por uma cirrose, agravada por hemorragias e falência das funções renais.