SEGURANÇA: Governador do Espírito Santo compara paralisação da PM a chantagem

Reprodução g1

Sem policiamento, o Espírito Santo chegou nesta quarta-feira (8) ao quinto dia consecutivo de medo e insegurança. A situação teve início na última sexta-feira (8), quando mulheres, familiares de policiais, passaram a impedir os militares saírem dos quartéis para patrulhar as ruas. Desde então, em todo o estado, tem se registrado um alto número de assaltos, tiroteios e saques a comércios. De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis, até o momento, já foram registradas 87 mortes violentas. 

Licenciado do governo do Estado desde a última sexta-feira (3), quando realizou uma cirurgia para retirada de um tumor na bexiga, o governador Paulo Hartung, concedeu entrevista coletiva à imprensa, na manhã desta quarta-feira. Ao lado do governador em exercício, César Colnago, e do secretário de Segurança, André Garcia, Paulo Hartung criticou a paralisação da polícia e caracterizou o protesto como um sequestro a liberdade da população. 

Paulo Hartung, governador do Espírito Santo 

“Se nós capixabas, se nós brasileiros não enfrentarmos isso de frente é hoje aqui, amanhã no resto do Brasil. Isso é chantagem. Isso é chantagem aberta. Isso é a mesma coisa que seqüestrar a liberdade, o direito do cidadão capixaba e cobrar resgate. Não pode pagar resgate. Nem pelo aspecto ético, nem por uma questão, que é fundamental na vida dos brasileiros, que é a Lei de Responsabilidade Fiscal.” 

Ainda na coletiva, o governador em exercício César Colnago, afirmou que um possível reajuste aos policiais militares não será concedido neste momento. 

Para tentar conter a onda de crimes, o estado conta com a ajuda de 1200 homens do Exército e da Força Nacional de Segurança. Além disso, segundo César Colnago cerca de 500 policiais militares já voltaram aos trabalhos. 

Até o momento, por conta da insegurança, várias linhas de ônibus na Grande Vitória estão sem circular. Escolas e faculdades estão fechadas, assim como alguns postos de saúde, bancos e shoppings. 

Reportagem, João Paulo Machado