Torcida do Açude IV empurrou os times que entraram em quadra
Sub-15 e sub-17
O Ginásio do Santo Agostinho foi tomado pela torcida organizada do Açude IV na manhã de domingo. Com cerca de 40 pessoas, eles não paravam de cantar um minuto sequer. A torcida que era formada por moradores do bairro, familiares e atletas de outras categorias que não economizaram energia nas arquibancadas. "A nossa torcida é a maior que tem. A gente apoia até o final. Estamos aqui para ajudar nossas amigas dentro de quadra", disse Rayane Oliveira, atleta da categoria sub-17.
E foi nesse clima de festa que a equipe sub-15 do Açude IV entrou em quadra para enfrentar Porto Real. A partida começou equilibrada, mas Estefany tratou logo de fazer a alegria dos torcedores. Ela percebeu um espaço na defesa adversária e de longe encheu o pé para abrir o placar.
O gol colocou fogo dentro e fora de quadra. Dentro, as jogadoras não tiravam o pé e fortes divididas eram vistas. Já do lado de fora, a torcida não deixava a peteca cair e continuava apoiando a equipe. Até que veio um pedido das arquibancadas: "Vai, Raquel. Vai, Raquel".
E ela foi. A número 11 do Açude acertou um belo chute sem chances para a goleira Cássia que nada pôde fazer para evitar o segundo gol ainda na primeira etapa.
O segundo tempo começou da mesma maneira. Do lado de fora, os gritos de incentivo, e dentro da quadra as jogadoras respondiam a altura. O time de Porto Real não conseguia se achar na partida. Até tentava ameaçar uma reação liderada por Lara, mas ela parava em Tamara, que fazia grandes defesas e era saudada na arquibancada: "Uh, é paredão. Uh, é paredão".
Nada parecia poder estragar o dia da equipe do Açude IV. E isso foi confirmado quando Stephany puxou um contra-ataque e não perdoou, marcando o terceiro gol do Açude na partida. Com a grande vantagem no placar, foi só esperar o apito final do árbitro para comemorar. E quando aconteceu, a torcida que fazia a festa na arquibancada invadiu a quadra para comemorar.
- A torcida foi fundamental para essa vitória. Sabíamos que tínhamos que ganhar para termos chances de classificação. E com o apoio dela chegamos a vitória. Isso mostra a união que o nosso trabalho está criando entre as categorias. Foi lindo", falava o sorridente Ivan dos Santos, técnico do Açude IV, após a partida.
Show se repete no sub-17, mas vitória não vem
Vitória garantida no sub-15. Sinal de dever cumprido para a torcida organizada do Açude IV, certo?! Que nada, ainda faltava apoiar as meninas da sub-17, que teriam pela frente a equipe da Smac.
E se a torcida ficou desfalcada por conta das meninas que entrariam em quadra, ela recebeu o reforço das vencedoras da partida anterior. "Isso mostra a união das categorias. É legal e ajuda muito dentro de quadra", destacou Estefany Carere, autora de um dos gols da vitória do sub-15.
O juiz apitou o inicio do jogo e logo nos primeiros minutos ficou claro que a vida do Açude não seria fácil. Fernanda, da Smac, acertou o travessão da goleira Emily que ficou só olhando. Percebendo a situação, foi a vez da sexta jogadora do Açude entrar em quadra: "Uh, é Açudão!". Foi com esse grito ao fundo que Ellen abriu o placar para o Açude e enlouqueceu a torcida.
A festa tava bonita, mas Luana que não tinha nada a ver com isso bateu forte da esquerda para empatar o jogo. E no lance seguinte, Vanessa virou o jogo para a equipe da Smac. Um baque para o time do Açude que estava bem na partida, mas se perdeu após a virada.
O segundo tempo começou com o time do Açude indo pra cima no embalo do torcedor que, mesmo perdendo, não parava de apoiar sua equipe. Entretanto, em um contra ataque, Luana deslocou a goleira Emily e marcou o terceiro gol da Smac.
Necessitando de pelo menos três gols para vencer, o time do Açude foi pro tudo ou nada. O técnico Ivan colocou Tainã de goleiro linha e empurrou seu time pra frente. A equipe da Smac recuou e apostou nas escapadas da dupla Vanessa e Luana.
Quando o árbitro apitou o fim do jogo, a torcida do Açude mostrou que o resultado não importava e reconheceu a luta das jogadoras ao aplaudir sua equipe na saída de quadra.
Do outro lado, o técnico da Smac, Luciano Basílio, comemorava a virada das suas jogadoras e exaltou o poder de luta delas. "Foi um jogo de superação. Mostramos a força da nossa equipe para reagir e conseguir a virada. Elas estão de parabéns", afirmou Luciano.
Já as jogadoras do Açude voltam para casa com o sentimento de dever cumprido e com a certeza que essa união entre as jogadoras do Açude vai além das quatro linhas. "Somos unidos. O nosso trabalho é além de formar jogadores. É algo social e tem algo mais bonito do que essa união que vimos hoje? É isso que queremos", ressaltou Ivan.
