Em época de epidemia de dengue no estado do Rio, com 44 municípios em situação crítica, o Ministério da Saúde emitiu, ontem, um alerta sobre o risco da doença para idosos. Pessoas acima de 60 anos têm 12 vezes mais possibilidade de morrer de dengue do que as de outras faixas etárias. Por isso, é essencial ir ao médico logo após os primeiros sintomas.
Segundo o clínico geral e geriatra Pablo Vazquez, a estatística se deve ao fato de que a maioria dos idosos já tem uma doença de base - geralmente, hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares ou neurológicas. Se a pessoa pega dengue, soma-se um problema, e o organismo fica muito desestabilizado.
- Quanto mais idade e doenças associadas, mais frágil é o sistema imunológico do idoso. Se existe uma série de problemas, o combate à dengue fica mais difícil - alerta a geriatra Lívia Coelho, do Grupo Hospitalar Santa Celina.
Outro agravante é que a doença provoca perda de líquidos, e os idosos, por um processo natural do envelhecimento, têm mais facilidade para desidratarem.
- Dependendo da gravidade, a desidratação pode causar tonteiras, quedas, redução da pressão arterial e arritmia cardíaca - diz Vazquez, que é secretário-geral do Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj).
Há ainda o risco de a doença evoluir para hipovolemia, quando o nível de líquido no corpo cai a ponto de não ser possível manter a pressão sanguínea. A probabilidade de dengue hemorrágica em idosos também é maior, devido a alterações vasculares do envelhecimento.
Outra particularidade é o tempo de recuperação.
- Alguns idosos levam três semanas ou mais para se sentirem completamente bem - diz Lívia Coelho.
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