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domingo, 28 de abril de 2013


Vereador pode ser cassado por usar bermuda na Câmara de Pitangueiras
Parlamentar também é investigado por suposto uso indevido de carro oficial.
Acusado deve entrar com mandado de segurança para voltar ao cargo.

O presidente da Câmara Municipal de Pitangueiras (SP), Sílvio Ferracin Fernandes (PV), é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada no Legislativo para apurar suposta quebra de decoro parlamentar e uso indevido de veículo oficial. O vereador, que pode ter até o mandato cassado, foi acusado de circular pelas dependências da Câmara Municipal de bermudas. Ele foi afastado do cargo durante a sessão na última terça-feira (23).

A denúncia partiu de um motorista da Prefeitura que prestava serviço para a Câmara Municipal. Fernandes confirma que já apareceu no prédio de bermudas, mas alegou que nunca compareceu a nenhuma sessão com a peça de roupa.

"Estou no meu primeiro mandato. Sou professor de educação física e tenho uma academia que fica logo abaixo da Câmara. Às vezes me chamam durante o dia para assinar documentos. Em ocasiões desse tipo eu subo no prédio de bermuda. No entanto, não há nenhum regimento interno que proíba o uso em horário extra-oficial", disse.

Em relação ao uso indevido de carro oficial, o motorista teria acusado Fernandes e o vice-presidente da Câmara, Carlito Nunes Barroso (PSDB) - também afastado -, de utilizarem o veículo para almoçar em um shopping em Ribeirão Preto (SP) durante um congresso realizado no município.

O presidente afastado explica que foi até o shopping porque o evento não oferecia almoço. "Participamos do congresso o dia todo. Além do Carlito, havia outro vereador. O motorista que nos denunciou, inclusive, é quem estava dirigindo o veículo. Fomos ao shopping almoçar. Gastamos 1h16min lá. Temos nossos comprovantes de pagamento do almoço", justificou.
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O vereador classifica as denúncias como perseguição política. "Estou apresentando requerimentos na Câmara e apontando várias falhas da administração municipal. Só porque estamos mostrando serviço, recebemos essa represália. No dia do congresso havia outro vereador conosco, mas ele não foi afastado do cargo porque é funcionário na usina do prefeito", apontou. Fernandes disse também que o motorista pode ter agido por vingança.

"O motorista sempre foi funcionário da Prefeitura, mas era emprestado para a Câmara Municipal. Quando assumimos, observamos que ele recebia horas extras sem trabalhar por isso. Então notificamos a administração municipal de que ele não estava trabalhando em regime de hora extra. Depois disso ele foi afastado da Câmara e voltou a trabalhar somente na Prefeitura", explicou.

Na próxima semana, presidente e vice devem entrar com um mandado de segurança no Ministério Público para tentar garantir a volta ao Legislativo. "Eu e o Carlito fomos os mais votados em Pitangueiras. Juntos, somamos quase dois mil votos. No dia da sessão, a Câmara ficou lotada e havia cerca de 500 pessoas do lado de fora. Todos estavam revoltados com o nosso afastamento. Vamos entrar com esse mandado para que possamos voltar à Câmara e continuar nosso trabalho", disse.

Outro lado
Procurado pelo G1, o motorista da Prefeitura Hiraldo Leone, que fez a denúncia, não foi encontrado. Já o prefeito de Pitangueiras, João Batista de Andrade (PSDB), informou, em nota, que estava "por fora do assunto" e que não queria opinar, pois não se envolve com os assuntos da Câmara.

O G1 também tentou entrar em contato com o vereador Paulo Ataide Lago (PRB), membro da CPI que investiga as acusações contra Fernandes e Barroso. O parlamentar, no entanto, não atendeu às ligações da reportagem.

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