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quarta-feira, 1 de maio de 2013

Interferências demais
 Publicação: segunda-feira, 29 de abril de 2013


Cerca de 90% dos médicos, dentistas e fisioterapeutas que atuam no estado de São Paulo consideram que os planos de saúde interferem na sua autonomia profissional. A avaliação consta em uma pesquisa divulgada na terça-feira (23) por associações das três categorias. Entre as interferências estão as dificuldades para autorização de procedimentos de alta complexidade, a não autorização de medidas terapêuticas e as restrições no tempo de internação dos pacientes.
Foram entrevistados cinco mil profissionais, distribuídos em pelo menos 22 especialidades. O estudo foi feito pela Associação Paulista de Medicina (APM), pelo Conselho Regional de Odontologia de São Paulo e pela Federação Nacional de Associações de Prestadores de Serviço de Fisioterapia.
Entre os médicos, apenas 6% avaliam a atuação das operadoras de saúde como ótima (2%) e boa (4%), enquanto 48% classificam o serviço como regular e 46% como ruim/péssimo. Nenhum dos fisioterapeutas considerou o serviço das operadoras como ótimo ou bom. A classificação regular foi apontada por 38% dos entrevistados e a ruim/péssima por 62%.
A avaliação é ainda mais negativa entre dentistas. Quase 70% deles classificaram a atuação das operadoras como ruim/péssima e 28% avaliaram como regular. Apenas 1% marcou a opção ótima e 2%, boa. O estudo aponta que mais de 80% desses profissionais precisaram aumentar a carga de trabalho para suprir a defasagem dos honorários pagos pelos planos de saúde. Diante desse quadro, o estudo mostra também que 85% desses profissionais já se descredenciaram de planos por essa razão.
A baixa remuneração também tem desencorajado os médicos a adotarem procedimentos que impõem mais risco profissional. Também é alto o percentual de médicos (86%), fisioterapeutas (91%) e dentistas (80%) que relataram casos em que os pacientes tiveram que recorrer ao Sistema Único de Saúde (SUS) diante dos obstáculos impostos pelos planos de saúde. Essas dificuldades para conseguir que a operadora autorize medidas terapêuticas têm feito crescer o número daqueles que recorrem à Justiça. "Entre os médicos, 79% tiveram pacientes que buscaram o tribunal", destacou Florisval Meinão, presidente da APM.
Em nota, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde) informou que suas filiadas têm se empenhado em recompor os honorários dos profissionais. Segundo a entidade, os reajustes dos valores pagos por consulta são aplicados com base em índices acima da inflação ou superiores ao teto fixado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). De acordo com a entidade, de julho de 2011 a junho de 2012, as operadoras filiadas concederam reajuste de quase 14% no valor das consultas, em comparação aos 12 meses anteriores, acima da inflação do período, de 6,1%.

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