(Foto: Reprodução)
No começo do mês o Facebook esteve envolvido em polêmica por ter realizado um experimento secreto com o feed de notícias,
manipulando o conteúdo exibido a alguns usuários para descobrir se eles
poderiam ser contagiados pelo humor de seus contatos. Agora um dos
maiores sites de encontros do mundo veio a público defender o Facebook,
admitindo que também faz esse tipo de estudo e afirmando que, na
verdade, a internet toda faz.
Christian Rudder, cofundador da OkCupid, escreveu
que "se você usa a internet, você é objeto de centenas de experimentos a
qualquer momento, em todos os sites". "É assim que os sites funcionam",
declarou. Ele descreveu três estudos que a OkCupid realizou
internamente e eles de fato se assemelham ao que o Facebook fez.
Um deles ocorreu janeiro de 2013, quando a empresa lançou
um aplicativo que promovia encontros à cegas e eles esconderam todas as
fotos do site para celebrar o lançamento - que acabou sendo um fiasco.
Ao fazer isso, eles sem querer derrubaram as métricas do site, mas
descobriram que as pessoas responderam mais ao primeiro contato, já que
não podiam ver quem estava falando com elas. As conversas ficaram mais
aprofundadas e detalhes de contatos eram trocados mais rapidamente.
Só que quando as fotos voltaram a maioria das 2,2 mil pessoas que estavam em meio a conversas simplesmente pararam. Cruzando dados, o OkCupid descobriu que, às cegas, os sujeitos mais bonitos parecem ter feito as mulheres menos felizes, como se tivessem uma propensão maior a ser "idiotas", diz Rudder. "Basicamente, as pessoas são exatamente tão superficiais quanto as tecnologias permitem que sejam."
Só que quando as fotos voltaram a maioria das 2,2 mil pessoas que estavam em meio a conversas simplesmente pararam. Cruzando dados, o OkCupid descobriu que, às cegas, os sujeitos mais bonitos parecem ter feito as mulheres menos felizes, como se tivessem uma propensão maior a ser "idiotas", diz Rudder. "Basicamente, as pessoas são exatamente tão superficiais quanto as tecnologias permitem que sejam."
O segundo caso é mais parecido com o do Facebook.
O OkCupid tinha um sistema de classificação de "aparência" e
"personalidade" ligado ao perfil dos usuários, então outras pessoas
podiam avaliá-los. Só que, olhando para as taxas de classificação,
Rudder notou que beleza e personalidade se tornam a mesma coisa quando a
foto da pessoa mostra que ela tem boa aparência.
Para comprovar a tese, o site escondeu o texto de uma
parcela dos usuários, mostrando apenas suas fotos, e percebeu que a
parte escrita realmente não influenciava a classificação sobre
"personalidade". "Essencialmente, o texto é menos de 10% do que as
pessoas pensam sobre você", comentou Rudder.
Por fim, o experimento mais sério botou em cheque os métodos do próprio OkCupid.
O site usa algoritmos para determinar se duas pessoas combinam e elas
se baseiam nessa informação para levar as conversas adiante. Mas será
que elas se interessam umas pelas outras porque de fato combinam ou
porque o OkCupid diz que combinam?
Para responder essa pergunta, eles manipularam as
combinações, fazendo com que quem tivesse apenas 30% de coisas em comum
aparecesse com 90%, então esses usuários começaram a se corresponder
(porque é o que os números sugeriam que fizessem). O OkCupid define que a
troca de quatro mensagens já é considerada uma taxa de sucesso, e essa
barreira das quatro mensagens era ultrapassada mesmo quando os 90% de
compatibilidade eram uma farsa.
"Isso nos deixou preocupados, talvez nosso algoritmo de
correspondêncis fosse só lixo e era apenas o poder da sugestão que une
as pessoas", escreveu Rudder. Então eles testaram o caminho inverso,
mostrando índices ruins em pessoas que de fato eram 90%, e os resultados
mostraram que, embora as sugestões façam as pessoas acreditarem que
elas darão certo, as métricas do site também ajudam.
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