Rádio Acesa FM VR: EDUCAÇÃO: Reforma do Ensino Médio vai exigir com que alunos saiam preparados do Ensino Fundamental, diz especialista

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

EDUCAÇÃO: Reforma do Ensino Médio vai exigir com que alunos saiam preparados do Ensino Fundamental, diz especialista

Aprovada pelo Senado Federal no início deste mês, a reforma do Ensino Médio ainda é motivo de discussão entre pais, professores e especialistas em educação.A medida que vai ampliar a jornada escolar das atuais quatro horas obrigatórias por dia para sete horas, progressivamente, terá como sustentação a Base Nacional Comum Curricular, que está em elaboração. De acordo com o novo currículo, 60 por cento do conteúdo da educação básica ensinada por escolas públicas e particulares de todo o país será padronizado. Os outros 40 por cento restantes vão ser preenchidos com disciplinas que valorizem a regionalidade de cada estado e município.
 
A Medida Provisória tem a intenção de diminuir o número de disciplinas obrigatórias, focando o ensino em quatro áreas do conhecimento, sendo elas: linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas. A ideia é aprovada pela Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino, a Confenen, como explica o vice-presidente da entidade, professor José Ferreira de Castro. 

José Ferreira de Castro, vice-presidente da Confenen
 
“A reforma do Ensino Médio ela vai exigir que, de fato, já na base, e a base vem do infantil e do Fundamental I, ele (aluno) já venha sendo preparado para o Ensino Médio. Não adianta chegar ele no Ensino Médio se ele não tiver feito uma base bem feita. Porque quem vai mudar esse país, e eu não sou contra a Faculdade, a Universidade, mas quem muda esse país não é universidade, não é universidade, quem vai mudar esse país é o ensino básico, então a gente precisa dar prioridade a isso e essa prioridade começa aqui, na raiz.”

Mesmo apoiando a reforma, a Confenen tece criticas a alguns pontos do projeto aprovado pelo Senado, como, por exemplo, os que dizem respeito ao aumento progressivo da carga horária para mil e 400 horas anuais até se tornar integral, que de acordo com o presidente da entidade, Professor Roberto Dornas, afeta diretamente o ensino público no Brasil, que não conseguirá atender à demanda de alunos. 

Roberto Dornas, presidente da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino
 
“Não adianta pretender estudo integral, ou pretender mil e 400 horas/ano, no ensino médio, uma vez que a escola pública não terá condição de dobrar, porque dobra o custo. Não terá condições de dobrar o custo. Escolas estaduais, escolas municipais, se tentarem atender, vão diminuir o número de alunos atingidos. Por uma coisa muito simples: se ela pode funcionar em dois ou três turnos, ela passa a funcionar em um só”. 

De acordo com a Confenen, os estudantes do ensino noturno serão os mais prejudicados com o aumento da carga horária. Segundo a entidade, na maioria dos casos, esses alunos trabalham durante o dia e, portanto, não conseguiriam cumprir um aumento no número de horas aula.
 
 Reportagem, João Paulo Machado

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