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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Comandantes europeus esperavam Primeira Guerra com entusiasmo

Antes da Primeira Guerra Mundial (1914-18), as potencias europeias permaneceram por mais de quatro décadas sem um conflito de grandes proporções. Oficiais temiam encerrar a carreira militar sem experimentar batalhas como as da época de Napoleão, no início do século 19.

O general austro-húngaro Viktor Dankl, aos 59 anos, era um dos entusiastas da glória do combate. "Graças a Deus, é a Grande Guerra!", escreveu o militar em 31 de julho de 1914.

"Em 2 de agosto, em outra anotação em seu diário, ao se referir ao conflito que crescia rapidamente como 'a Guerra Mundial', Dankl não podia imaginar o quão preciso se tornaria o rótulo", conta o historiador Lawrence Sondhaus em "A Primeira Guerra Mundial".

Pouco tempo antes, em 28 de junho de 1914, o estudante sérvio Gavrilo Princip, aos 19 anos, matou a tiros Francisco Ferdinando, arquiduque do Império Austro-Húngaro. O assassinato marca uma série de eventos políticos e econômicos que culminaram na Primeira Guerra.

"No final de agosto, o alcance e a intensidade do conflito em curso, no qual a maioria dos beligerantes já tinha perdido mais homens em uma única batalha, ou mesmo em um único dia, do que em guerras inteiras travadas durante o século 19 ou antes, levaram a maioria a reconhecer que estava testemunhando algo sem precedentes", diz Sondhaus.

Depois da Primeira Guerra Mundial, o mundo nunca mais foi o mesmo

Prestes a completar cem anos, "a guerra que acabaria com todas as guerras" colocou fim ao romantismo que os conflitos do gênero exerciam no imaginário popular.

Sem uniformes coloridos e entrincheirados na lama coberta de fuligem, soldados enfrentavam armas químicas. Os países da Europa usavam o desenvolvimento técnico e o conhecimento científico para destruir e matar com eficiência industrial.

Comparada à guerra de Hitler, Mussolini, Churchill, Stálin e Roosevelt e ao combate travado no Vietnã, o confronto mundial que iniciou com a morte do arquiduque atrai, hoje, pouca atenção do público e raramente é retratada, seja em livros ou filmes.

O livro de Sondhaus vai além de relatar as mudanças nas fronteiras. O primeiro embate entre as nações europeias --ou a primeira parte da "Grande Guerra"-- trouxe consequências no âmbito político e social e nas relações comerciais e diplomáticas --eram as sementes para a segunda parte, que começaria em 1939.

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