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quinta-feira, 18 de abril de 2013

Maracanã: consórcio de Eike demoraria 121 anos para gastar com o estádio o R$ 1,25 bilhão que governo destinou às obras
Vista aérea do Maracanã, que receberá os jogos de dois dos grandes clubes do RioVista aérea do Maracanã, que receberá os jogos de dois dos grandes clubes do Rio Foto: Genílson Araújo / Agência O Globo

Na ponta do lápis, o consórcio de Eike Batista (o Maracanã S/A, de Odebracht, IMX e AEG) ofereceu R$ 26,4 milhões a mais que o rival, formado por OAS, Lagardère e Stadium Amsterdam N.V. São 33 anuidades pela concessão por 35 anos (nos dois primeiros anos, não há débito), além dos R$ 594 milhões previstos pelo edital de concessão em investimentos em obras no entorno. No total, é uma oferta de R$ 775 milhões pelo estádio, que recebeu R$ 1,25 bilhão em verbas públicas para reformas nos últimos dez anos.
Com essa anuidade, o governo precisaria de 121 anos para recuperar a fortuna investida no complexo - sem considerar o fato de que, até a iniciativa privada assumir o estádio, o poder público pode gastar mais R$ 12 milhões com a manutenção (o governador Sérgio Cabral disse que o Maracanã, sem jogos, consome R$ 4 milhões mensais). Três meses é o prazo máximo para que a concessionária vencedora assuma a fatura, após o anúncio oficial do fim da licitação.
Com a vantagem financeira, o Maracanã S/A assegura a liderança em 40% da pontuação, já que os demais 60% consideram características técnicas das candidatas, como experiência em gestão de estádios. Desde o começo da licitação, a presença da IMX foi questionada pelo Ministério Público: a empresa fez o estudo de viabilidade da concessão e, ainda assim, participa da disputa. Na próxima etapa, a comissão da Casa Civil responsável por escolher o vencedor divulgará as notas no Diário Oficial, em data indefinida. Depois, haverá o processo de habilitação do consórcio e a assinatura do contrato.
Pelas regras, o vencedor precisará firmar parceria com ao menos dois clubes grandes do Rio. Se ganhar a briga, o Maracanã S/A já conta com o apoio dos únicos cariocas sem estádio próprio (além do Botafogo, ainda sem Engenhão). Ontem, o Extra informou que Flamengo e Fluminense negociam com o grupo de Eike para atuar no local, que será entregue no fim de maio à Fifa para a Copa das Confederações.
No cálculo do Consórcio Maracanã S/A, o valor mensal pago ao Estado é de R$ 460 mil. O montante não é sequer o dobro do que a Prefeitura do Rio recebe da GL Events pelo aluguel do HSBC Arena, na Barra da Tijuca. Com um detalhe: a construção da casa de espetáculos custou R$ 127 milhões - 10% do valor usado para reformar o estádio.

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