Pai de João Felipe diz que Suzana tentou seduzi-lo

Em depoimento prestado na manhã desta terça-feira, na delegacia de Barra do Piraí, o empresário Heraldo Bichara Júnior, pai do menino João Felipe Bichara, de 6 anos, voltou a negar relacionamento com a manicure Susana do Carmo de Oliveira Figueiredo, de 22 que confessou ter sequestrado e matado a criança em um quarto de hotel, no último dia 25.  Em uma das versões dada pela manicure à polícia, eles teriam tido um caso e ela teria praticado o crime para ameaçá-lo.

De acordo Heraldo, a mulher teria enviado uma mensagem para o celular dele entre junho e julho do ano passado. Ao retornar para o número, ela teria se identificado como Susana e o convidado para sair, mas ele teria recusado. "Para mim, não dá", disse o empresário à manicure, segundo dua versão.

Heraldo revelou ainda que, na tentativa de seduzi-lo, a manicure chegou a chamá-lo de  “Tio Sukita” (referência a uma propaganda da de´cada de 1990 em que um homem mais velho tenta conquistar uma mulher jovem).

O depoimento durou cerca de duas horas. Segundo diretor da 9ª DRPI (Divisão Regional de Polícia do Interior), Ricardo Martins, que acompanhou o testemunho, a conversa foi interrompida diversas vezes devido ao abalo emocional do empresário, que chorava muito. Segundo o delegado de Barra do Piraí, José Mário Omena, Heraldo atribuiu as declarações de Suzana a mais uma tentativa de desagregar a família.

Perguntado por que a manicure matou João Felipe, já que teria pretensão de pedir R$ 300 mil de resgate, o delegado respondeu: “A Suzana é uma criminosa estabanada. Primeiro, ela mesma sequestra a vítima que seria capaz de reconhecê-la. Portanto, desde o momento em que deu início à ação, seja sequestro ou homicídio, ela já sabia que o destino daquela criança estava traçado. Ela tirou o menino da família para matá-lo, pois, se ele fosse solto, iria reconhecê-la. Imagino que, depois de instalado o desespero entre a família e se ela não aparecesse na cena como autora, aí, então, ela contratasse alguém para pedir o resgate. Várias coisas são possíveis. Por isso, tecnicamente falando, é que vou verificar se já dá pra definir como início de execução a extorsão mediante sequestro".

João Felipe foi encontrado morto na casa da manicure, dentro de uma mala, na segunda-feira da semana passada. Suzana, que frequentava a casa da família de João Felipe havia três anos, confessou o crime.

Ela tirou a criança da escola se fazendo passar pela mãe dele e conseguiu que o aluno fosse liberado. João foi morto asfixiado no Hotel São Luiz, no Centro de Barra do Piraí. Suzana, segundo o delegado, apresentou cinco versões diferentes para o crime, entre elas a de que pediria resgate para pagar uma dívida do irmão com traficantes.

Em outra versão, a minicure disse que era assediada por Heraldo. Todas estão sendo investigadas pela polícia. A versão de que ela não cometeu o crime sozinha já foi descartada.