Brasil vai trazer pessoal do exterior para trabalhar
Governo quer atrair 6 milhões de profissionais, como médicos e engenheiros, para suprir áreas onde sobram vagas. Chances serão apenas para emprego qualificado
Rio - A escassez de engenheiros, profissionais de saúde e pessoal qualificado para setores como extração de petróleo e químico forçará o governo brasileiro a atrair seis milhões de estrangeiros para trabalhar no país. Essa é a meta, segundo a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), para preencher os postos nos setores onde nas próximas duas décadas surgirão vagas, mas faltará mão de obra.Em conjunto com especialistas de mercado, a SAE vai desenvolver a política de atração de profissionais do exterior. O primeiro entrave a ser retirado é reduzir a burocracia para emissão de vistos de trabalho para imigrantes. “É uma estratégia de atração de cérebros”, disse o ministro-chefe interino da SAE Marcelo Neri à ‘BBC Brasil’. A estimativa de seis milhões, confirmada pelo DIA, integra estudo que será apresentado à presidenta Dilma Rousseff na primeira semana de junho.
Além de necessidade, Angela Branco explica que profissional estrangeiro tem visão uma multicultural | Foto: Divulgação
São imigrantes que vão poder ocupar as oportunidades de emprego que seriam de brasileiros em uma medida curiosamente mais econômica, avalia Marcello Bolzan, diretor do Instituto de Desenvolvimento e Estudos de Governo (IDEG). “Esses trabalhadores têm salário até 25% menor que o do brasileiro, dependendo do posto e do setor”, disse.
Angela Branco, sócia do curso Plan Idiomas Direcionados, está na expectativa para que o cenário melhore. “Temos dificuldades em encontrar professores qualificados no país”, conta.
Interesse pelo ‘novo’ Brasil
O estrangeiro está cada vez mais atraído pelo Brasil por ser um país emergente. As oportunidades, por isso, são mais válidas para o profissional do exterior, segundo Marcello Bolzan, diretor do Ideg. Ele ainda afirma que China, Bolívia, Índia e Equador, são os que mais “enviam” profissionais para mercados de outros países.
“Com a desestabilização econômica mundial em 2008, os pólos de atração de mão de obra começaram a declinar e outros novos pólos surgiram, como o Brasil”, explica Bolzan. Ele detalha que como está complicado formar profissional no país, a saída é apostar em quem vem de fora — seja brasileiro formado no exterior ou estrangeiro que quer emprego por aqui.
Esse é o caso do cubano Jesus Domech More, 50 anos, que dá aula na Universidade Estácio de Sá. “Vim para o Brasil em 1998 para Doutorado e vi que tinham oportunidades de emprego”.
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