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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Proposta da CSN tem 95,74% de rejeição
   
Trabalhadores da CSN aproveitam horário de almoço para votar
Mobilização: Trabalhadores da CSN aproveitam horário de almoço para votar

Pela segunda vez durante a atual campanha salarial, os metalúrgicos da CSN rejeitaram a proposta da CSN. Dos 6.598 trabalhadores que votaram, 6.317 escolheram o ‘não', o que representa um índice de rejeição de 95,74% - pouco mais do que os 95,29% da votação anterior, que também teve um número ligeiramente menor de participantes, já que em 3 de junho 6.301 pessoas votaram.  A apuração foi acompanhada por representantes da CSN, mas a empresa ainda será comunicada oficialmente do resultado, em correspondência em que o sindicato convocará a empresa para a retomada das negociações.

O resultado, mais uma vez, acompanhou a recomendação feita pelo  presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Renato Soares, que considerou "insignificante" o avanço feito pela empresa da proposta que foi a votação em 3 de junho para a votada ontem. De acordo com Renato Soares, a votação de ontem foi realizada apenas para que a empresa não acusasse o sindicato de intransigência, e configura o que ele chama de "estratégia conta-gotas":

- Eles fazem uma proposta absurda, os trabalhadores rejeitam. Aí, fazem outra um pouquinho melhor, só para ser rejeitada de novo. Me parece uma maneira de tentar vencer pelo cansaço, mas o sindicato não vai aceitar essa negociação a conta-gotas. Vamos exigir agora que a CSN apresente uma proposta robusta, que realmente interesse aos metalúrgicos. Minha intenção é que na próxima votação haja uma proposta melhor, que não precisemos recomendar que seja rejeitada. Aí, deixaremos o trabalhador decidir entre o acordo ou a greve - disse o sindicalista.

De acordo com Renato, quando isso acontecer, será seguido o procedimento determinado na lei de greve: a assembleia será convocada pelo sindicato e o resultado - caso haja a rejeição - será comunicado à empresa com 48 horas de antecedência, para só depois ser iniciada a paralisação.

A proposta votada e rejeitada ontem pelos metalúrgicos da CSN foi a seguinte: reajuste salarial pelo INPC (7,16%), a ser aplicado em julho/2013, com teto máximo de reajuste de R$ 400,00; aumento no cartão alimentação de R$ 275,00 para R$ 290,00, retroativo a maio/2013, mantida a participação de 5% do trabalhador e crédito adicional de R$ 150,00 em dezembro/2013, sem participação. O item mais polêmico foi a incorporação da diferença da bonificação de férias (que a CLT determina 1/3 do salário e a empresa paga 70%, sendo uma diferença de 36,77%) no salário do trabalhador. Isso resultaria em um acréscimo de aproximadamente 2,75% no salário, trocando o abono de férias maior por aumento real.

Em entrevista publicada no boletim do sindicato, Renato Soares explicou os motivos pelos quais recomenda a rejeição da proposta: segundo ele, o sindicato, sob sua gestão, não "está aqui para entregar os direitos dos trabalhadores". Ele afirma que essa era a política praticada pela gestão anterior mais condenada por ele, quando na oposição, e que, nem na crise de 2008, quando a CSN fez de tudo para voltar com o turno de oito horas, o sindicato cedeu.

- A bonificação de férias vai continuar a ser paga a 70% - resume Renato.

O sindicalista também afirma que, como a data-base do acordo é maio, não recomendará a aceitação de nenhuma oferta que não seja retroativa àquele mês.

Sobre o Banco de Horas, Renato afirma que muitos dos trabalhadores do turno são buscados em casa para trabalharem em suas folgas e ficam depois do horário, gerando assim muitas horas-extras, que já viraram parte e seus salários e do seu padrão de vida.

"Por isso, o sindicato não concorda com o Banco de Horas. Se o pessoal da área administrativa se interessar pela criação do Banco de Horas - para poderem viajar ou aumentarem seu descanso - podemos pensar em realizar um plebiscito com o pessoal do administrativo, mas apenas para eles", conclui Renato.

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