Polícia estoura 4 depósitos clandestinos de gás, sendo dois no bairro Açude!

Com o apoio da ANP (Agência Nacional do Petróleo), a delegacia de polícia de Volta Redonda realizou, na manhã desta quinta-feira, a Operação Pressão Máxima, destinada a combater depósitos para venda clandestina de gás na cidade. Pelo menos quatro estabelecimentos foram estourados, sendo dois no Açude, e em Santa Cruz e Vila Mury.

Foram apreendidos cerca de 200 botijões de gás, sendo 94 num depósito que funcionava na Rua 6, no bairro Belo Horizonte. A ação foi comandada pelos delegados Antônio Furtado e Rodolfo Atala. Os botijões apreendidos foram levados para a delegacia e, posteriormente, ficarão apreendidos em um depósito da SupergásBrás, em Barra Mansa, local  determinado pela ANP – responsável pela fiscalização do setor.

O combate aos chamados “boqueiros” visava os estabelecimentos que acondicionam e vendem botijões de gás sem autorização, mas a operação acabou resultado na identificação de uma empresa autorizada pela ANP que estava vendendo o produto aos clandestinos. Um veículo da empresa foi flagrado quando fazia entrega no depósito do Belo Horizonte. O condutor do veículo tinha uma nota fiscal datada de quatro meses atrás. O distribuidor corre o risco de ter a licença cassada pelo órgão fiscalizador. A multa da ANP para o comércio clandestino de gás pode chegar a R$ 50 mil.
- Não é de hoje que temos ciência da venda clandestina de gás na cidade. Fomos nos locais considerados mais críticos. Tivemos a sorte de encontrar o caminhão da revendedora autorizada, que, visando ao aumento de lucros, repassava botijões para os boqueiros – disse Furtado.
Segundo ele, a polícia recebeu informações de que é comum os clandestinos transferirem parte dos 13 quilos de gás de um botjão para outros três vazios, como forma de lesar o consumidor. “Para não despertar suspeitas pelo peso, ele conseguem introduzir água no botijão”, afirmou Furtado, acentuando que essa prática constitui crime contra o consumidor.
O delegado lembrou ainda que os depósitos clandestinos são um risco para quem mora nas proximidades. “Esses produtos têm normas para serem acondicionados e transportados e os boqueiros vendem e entregam de motocicleta, o que é proibido”, explicou o policial, acrescentando: “Sabemos que existem mais clandestinos em Volta Redonda e eles continuarão sendo combatidos”.
Em coletiva realizada nesta tarde, Furtado explicou que nenhum dos detidos ficou preso, pois não houve flagrante: "Os envolvidos estão sendo ouvidos e serão liberados. Não houve flagrante no momento da abordagem, vamos aguardar o resultado do laudo pericial que deve demorar de 10 a 20 dias, para então tomarmos as devidas providências".
O delegado adjunto Rodolfo Atala explicou que se comprovada à adulteração dos botijões, os consumidores podem procurar a Justiça. "Diante da esfera cível, se comprovado que o gás está adulterado, os consumidores que se sentirem lesados, podem entrar com um processo judicial contra a empresa que realizou a venda do botijão".
De acordo com Marcelo Silva, representante da ANP, os consumidores devem ficar atentos quando realizam a compra. "Eles devem exigir a nota fiscal do botijão, pois lá estará disponível o CNPJ da empresa e um código que identifica o produto. Através deste código o consumidor pode entrar em contato com a ANP pelo 080097-00267 e verificar a origem do botijão. Outros aspectos como veículo devidamente adesivado, entregador uniformizado, e botijão lacrado ajudam na hora da compra".
Segundo Furtado, os responsáveis podem ficar até 10 anos presos, se a suspeita de adulteração dos botijões, falta de nota fiscal e crime contra o meio ambiente forem comprovados.

Fonte: Foco Regional