Conselho de Comunicação debate propostas de flexibilização da Voz do Brasil
Reinvindicação antiga das emissoras de rádio, a possibilidade de transmitir o programa "A Voz do Brasil"
em horários flexíveis foi discutida pelo Conselho de Comunicação Social
do Congresso em audiência pública nesta segunda-feira. Criado em 1935,
no governo Getúlio Vargas, o programa mais antigo do mundo ainda
veiculado vai ao ar obrigatoriamente de segunda a sexta às 7 da noite.
Dois projetos com interesses opostos tramitam no Congresso. O Projeto de Lei do Senado (PLS 19/2011)
confirma a obrigatoriedade do horário de transmissão e propõe que o
programa se torne parte do patrimônio imaterial do país. Já outro
Projeto de Lei (PL 595/2003) autoriza que as rádios iniciem a transmissão do programa entre as 7 e as 10 da noite.
Lúcio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados
Debatedores apresentaram argumentos divergentes em reunião do Conselho de Comunicação
Em junho, a presidente Dilma Rousseff
assinou uma medida provisória flexibilizando a transmissão do programa
em horário alternativo durante a Copa do Mundo. Nos dias dos jogos, o
programa poderia ser transmitido, a critério das emissoras, entre 19 e
22h.
Conselheiro de Comunicação da Empresa
Brasil de Comunicação, Murilo Ramos é contra a flexibilização do horário
de transmissão. Ele acredita que o Governo brasileiro não teria
condições de fiscalizar o cumprimento das novas regras.
"O Brasil não dispõe, no setor de
radiodifusão, de instituições e de normas, ou seja, de legislação capaz
de fazer a fiscalização desta flexibilização. Isso vai gerar um caos
porque vai acontecer isso: uma rádio bota num horário, tenta outro. Com o
que tempo, o quer vai acontecer, fatalmente, é que, sem a fiscalização,
sem o Estado presente assegurando que aquilo é importante, eu acho que
vai acontecer o fim da A Voz do Brasil."
Já Luis Roberto Antonik, diretor-geral
da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV, defende que a
flexibilização traria benefícios para o público e para as rádios,
inclusive com o aumento da audiência do programa.
"A Voz do Brasil quando foi criada, há 79 anos, ela tinha um contexto. O Brasil hoje é totalmente diferente. Nós temos milhões de veículos, milhares de emissoras. A Voz do Brasil precisa mudar também. Então, se você pudesse diluir o programa nessas três horas que nós pleiteamos, a audiência aumentaria segundo uma pesquisa feita pelo Datafolha agora no mês de fevereiro deste ano."
"A Voz do Brasil quando foi criada, há 79 anos, ela tinha um contexto. O Brasil hoje é totalmente diferente. Nós temos milhões de veículos, milhares de emissoras. A Voz do Brasil precisa mudar também. Então, se você pudesse diluir o programa nessas três horas que nós pleiteamos, a audiência aumentaria segundo uma pesquisa feita pelo Datafolha agora no mês de fevereiro deste ano."
Com o debate, o Conselho de Comunicação
do Congresso vai colher argumentos favoráveis e contrários à mudança de
horário. A discussão vai subsidiar o relatório que vai ser produzido
pelos conselheiros Walter Vieira Ceneviva, Nascimento Silva e Ronaldo
Lemos.
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